O ex-presidente boliviano Evo Morales anunciou, no final da tarde deste domingo (19), que o candidato de seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), será o ex-ministro da economia, Luis Arce, com o ex-chanceler David Choquehuanca na vice-presidência. As eleições na Bolívia ocorrem no próximo dia 3 de maio.
Na sexta-feira (17), as organizações sociais do Pacto pela Unidade, uma das bases do MAS, tinham apoiado a candidatura de Choquehuanca, com o jovem líder cocaleiro Andrónico Rodríguez como vice.
Horas depois, porém, Evo saiu a dizer que isso não era oficial, e que a decisão ocorreria neste domingo, em Buenos Aires, onde se encontra como refugiado.
Ao final, valeu a vontade de Evo, cujo preferido era Arce, que esteve com ele desde sua chegada à Presidência. É um homem que causa divisões internas no MAS, porém é de inteira confiança do ex-presidente. E também representa uma das áreas que tiveram melhor performance em sua gestão, a economia.
Na última década, a Bolívia cresceu, em média, 4% ao ano. Arce deixou o governo em 2017, por problemas de saúde. Hoje, se diz recuperado. Tem bom diálogo com a classe média do país.
Choquehuanca, que disputa agora como vice, é um indígena aimara, que só aprendeu a falar espanhol aos 7 anos, e tem uma base de apoio muito grande entre as comunidades do altiplano boliviano. Foi chanceler de Evo de 2006 a 2017.
Além de Arce, estão confirmadas as candidaturas do ex-presidente Carlos Mesa (centro-esquerda), que teria perdido para Morales na eleição de 20 de outubro, anulada por irregularidades, o também ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (direita), o líder do movimento cívico de Santa Cruz de la Sierra, Luis Fernando Camacho (direita) e o pastor evangélico de origem coreana, Chi Hyun Chung.