A promessa era antiga: desde 2011, a Kia falava em vender o compacto Rio no mercado brasileiro. O carro chegava à sua terceira geração naquela época e a marca sul-coreana vivia seu melhor momento no Brasil.
Então veio a sobretaxa no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), seguida do regime de cotas, medidas que quase inviabilizaram o negócio da empresa no Brasil. Agora, o cenário está mais favorável para a importadora.
O hatch Rio, que agora está na quarta geração, passou a ser produzido no México. Embora tenha sido lançado globalmente em 2016, o compacto de origem sul-coreana segue atual diante de seus principais concorrentes, que são Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Ford Ka, Toyota Yaris e Volkswagen Polo.
Embora compartilhe a plataforma com o HB20, o Rio é maior e tem desenho menos ousado. A Kia adotou um estilo conservador, que lembra o de carros médios alemães.
Motor e câmbio também são os mesmos usados em modelos Hyundai: 1.6 flex, com 130 cv de potência, aliado a uma caixa automática de seis marchas.
O Kia Rio tem duas versões disponíveis. A LX (R$ 69.990) traz ar- -condicionado, direção com assistência elétrica, sistema de som compatível com smartphones, rodas de liga leve aro 15 e controles de tração e de estabilidade.
A opção EX (R$ 78.990) recebe bancos e volante forrados de couro, acabamento em preto brilhante, ajuste automático do sistema de refrigeração e rebatimento elétrico dos retrovisores externos.
INTERIOR SOFISTICADO | Tela no painel é item de série
HATCH MÉDIO
Embora seja um veículo compacto, o Kia Rio tem porte de hatch médio dos anos 1990. Seu comprimento de 4,06 m é praticamente o mesmo de um Volkswagen Golf 1994 (4,07 m), e o Kia tem 3 cm a mais de largura na comparação com o antigo modelo alemão.
As dimensões resultam em bom espaço na cabine, melhor que o oferecido pelo “irmão” HB20. Em um curto teste ao volante da versão LX, o Rio mostrou-se adequado ao asfalto ruim, sendo tolerante a buracos e ondulações. A Kia diz que não foi preciso fazer adaptações, pois o carro já estava adequado para rodar no México.
A falta da regulagem de profundidade do volante torna mais difícil encontrar uma boa posição para dirigir. Outra falha é a ausência de medidores de consumo no computador de bordo, problema comum a todos os Kia com motor flex.
Diante dos concorrentes diretos, o Rio se sobressai pelo rodar silencioso e por oferecer uma certa exclusividade dentro de um segmento gigantesco. De cada 100 veículos vendidos no Brasil, cerca de 28 são hatches compactos.
Para fazer sucesso, o Kia depende da expansão da rede de concessionárias. Havia 180 lojas em 2011, mas hoje restaram 80, mas 15 estão nos planos.
ACABAMENTO | Versão EX tem bancos de couro