sábado, 27 abril 2024

IBGE abre mais de 200 mil vagas temporárias para o Censo 2020

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) abriu nesta quinta (5) inscrições para concurso com 208.695 vagas temporárias, para trabalho no Censo Demográfico de 2020. As vagas têm duração prevista de três meses a cinco meses e salários de até R$ 2.100. 

Os contratados vão trabalhar na coleta de informações do Censo, a maior pesquisa realizada pelo instituto, que visita a cada dez anos todos os domicílios do país, para traçar um retrato da população brasileira. Por isso, há vagas em todo o Brasil. 

São três tipos de vagas. Para o cargo de agente censitário municipal, serão contratadas 5.462 pessoas, com salário de R$ 2.100. Para agente censitário supervisor, são 22.676 vagas, com salário de R$ 1.700. Para esses dois postos o IBGE exige estudo de nível médio. 

O primeiro vai gerenciar o posto de coleta. O segundo, supervisiona os recenseadores que estarão nas ruas coletando as informações nos cerca de 71 milhões de domicílios brasileiros. 

A previsão é que o trabalho dure cinco meses, mas se houver necessidade e dinheiro, o prazo pode ser estendido. Os aprovados serão convocados no dia 15 de junho. 

As 180.557 vagas restantes são para recenseador. Neste caso, o salário será por produtividade, de acordo com o número de domicílios visitados. Por isso, o cargo não tem cumprimento de carga horária -o IBGE recomenda 25 horas semanais. 

O prazo de contratação será de cinco meses, também com possibilidade de extensão. A taxa por domicílio varia por região, de acordo com as dificuldades de locomoção. O IBGE lançou um simulador para que os interessados avaliem quanto poderão receber. 

“Tem recenseador que recebe pouco porque trabalha pouco e visitando poucos municípios e tem aqueles que trabalham muito, visitando domicílios até de noite, e vão ganhar mais”, disse o coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros.

Em São Paulo, segundo o simulador, o recenseador que trabalhar 25 horas semanais, o suficiente para 50 entrevistas, vai receber em torno de R$ 2,1 mil por mês. Já com uma carga de 40 horas semanais, ou 81 entrevistas, o salário sobe para cerca de R$ 3,5 mil. 

As vagas restantes são para recenseador, o responsável pela coleta das informações nos municípios. Neste caso, o salário será por produtividade, de acordo com o número de domicílios visitados. 

Por isso, o cargo não tem cumprimento de carga horária -o IBGE recomenda 25 horas semanais. O prazo de contratação será de cinco meses, também com possibilidade de extensão. 

Podem concorrer candidatos que tiverem completado o nível fundamental e as convocações serão a partir de julho, para treinamento antes de ir a campo realizar a pesquisa. O candidato poderá escolher a região onde quer trabalhar. Em algumas áreas com características específicas, como comunidades ou quilombos, o IBGE vai priorizar moradores. 

A taxa de inscrição para a função de nível médio é de R$ 35,80 e para o nível fundamental, de R$ 23,61. As inscrições estão abertas até 24 de março. 

O IBGE prevê gastar cerca de R$ 1,2 bilhão com o pagamento dos salários. Malheiros disse que as restrições orçamentárias que provocaram mudanças polêmicas no Censo não atrapalharam o processo. Segundo ele, a quantidade de temporários é a considerada ideal para a pesquisa. 

A dificuldade para levantar recursos para o Censo Demográfico 2020 levou a mudanças de última hora na pesquisa, o que gerou protestos na área técnica do IBGE e culminou com a renúncia de gestores do instituto. 

Logo após assumir, a presidente do IBGE indicada pelo presidente Bolsonaro, Susana Cordeiro Guerra, determinou um corte de 25% no orçamento da pesquisa, com apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes. Originalmente, o custo foi estimado em R$ 3,4 bilhões. 

Em maio de 2019, o IBGE anunciou corte no número de perguntas dos questionários -de 34 para 25 no questionário básico e de 112 para 76 na versão completa, que é aplicada a 10% dos domicílios. Duas semanas depois, cinco técnicos pediram exoneração de seus cargos na diretoria de Pesquisas. 

O IBGE alega que as mudanças não terão impacto na qualidade das pesquisas, mas especialistas questionam a afirmação. Uma das preocupações foi a mudança na pergunta sobre renda, que será focada no chefe do domicílio, ao contrário de pesquisas anteriores, prejudicando a comparação com a série histórica. 

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