O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou o pedido do governo para rever a decisão que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal.
O magistrado havia impedido a posse do delegado da PF no comando da corporação no último dia 29 e, nesta semana, o governo pediu a revisão da decisão.
Moraes, no entanto, afirmou que, como o decreto de nomeação foi anulado, o processo perdeu o objeto e não haveria como analisar a matéria.
O presidente Jair Bolsonaro havia indicado Ramagem para chefiar a PF após Sergio Moro pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública com a acusação de que o chefe do Executivo queria trocar o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, para interferir no trabalho do órgão.
O objetivo do presidente, segundo o ex-ministro, era botar alguém que tivesse contato direto na PF para que pudesse ter acesso a relatórios e inteligência e a informações sobre investigações em curso, o que é proibido pela lei.
Ramagem conheceu a família do chefe do Executivo quando fez a segurança de Bolsonaro após ser eleito presidente. De lá para cá, aproximou-se dos filhos, principalmente do vereador Carlos, que é investigado pela PF por articular um esquema de disparo de fake news.
Diante do veto, Ramagem voltou para diretoria da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), onde estava até ser nomeado para a PF. E, para comandar a Polícia Federal, Bolsonaro nomeou o braço direito de Ramagem na agência, Rolando de Souza.