O estado de São Paulo chegou a 4.315 mortos por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, nesta quinta-feira (14), segundo levantamento divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde.
A doença mata mais pessoas do sexo masculino –2.552 homens contra 1.763 mulheres, o equivalente a 59,14% e 40,85%, respectivamente.
Segundo o último censo do IBGE, em 2010, a população do estado de São Paulo estava em 41,2 milhões de habitantes, sendo 48,7% de homens e 51,3% de mulheres.
“Classicamente os homens têm mais doenças cardiovasculares e crônicas, e também as mortes por essas doenças são maiores em homens. Atribui-se o fato à frequência maior de tabagismo e etilismo”, afirma João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Dos mortos, 1.710 (43,3%) são brancos, 671 (17%) pardos e 208 (5,2%) pretos. Aqui leva-se em consideração os dados notificados até o dia 12 de maio, quando o estado atingiu 3.949 óbitos.
De acordo com o censo, em 2010 64% da população paulista era branca, 29,15% parda e 5,52% preta. Mas, como nos registros de mortes por Covid-19 os casos anotados como de raça “amarela ou não especificada” são 34,5% do total, não é possível tirar conclusões sobre as mortes por raça.
Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,1% do total registrado até esta quinta-feira (4.315).
A mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (1.047 do total ou 24,26%), seguida pelas faixas etárias de 60 a 69 anos (987 ou 22,87%) e 80 a 89 (837 ou 19,39%). Acima de 90 anos, as mortes representam 6,5% (283). Nos mais jovens, é alto o número de óbitos entre pessoas de 50 a 59 anos (611 do total ou 14,15%). Nas faixas de 40 a 49, houve 315 mortes (7,30%); de 30 a 39, 181 (4,19%); 20 a 29, 37 (0,87%); 10 a 19, foram 12 (0,27%).
Cinco crianças menores de dez anos já morreram em decorrência de Covid-19 no estado –0,11%. Duas das mortes aconteceram nesta semana.
“Primeiro, as pessoas devem saber que o importante não é só a mortalidade. Os jovens podem ficar muito tempo hospitalizados e apresentarem sequelas, como perda de massa muscular, danos aos nervos, necessidade de hemodiálise, traqueostomia e sonda para alimentação por um longo período”, explica Prats.
Segundo Prats, quando há obesidade, o risco do paciente com Covid-19 é maior. “Tem cada vez mais jovens obesos no país e o problema é que o obeso tem uma ventilação pulmonar diferente. A entrada e saída de ar fica do pulmão fica mais difícil e o coração é mais sobrecarregado, porque precisa bombear mais sangue”, alerta.
Dos 4.315 mortos por Covid-19, 3.474 (80,5%) apresentaram pelo menos um fator de risco associado. Em 2.046 (58,9%), o paciente tinha cardiopatia e em 1.521 (43,8%), diabetes. As doenças neurológicas, renais e do pulmão também foram identificadas.
“A insuficiência renal está cada vez mais frequente nos casos graves de Covid-19. O vírus afeta os compartimentos dos rins, principalmente os vasos sanguíneos. Geralmente, os pacientes ficam dependentes de diálise por um período”, diz Prats.