O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), suspendeu as licitações que estavam em fase inicial da Secretaria Municipal de Saúde relacionadas à AHM (Autarquia Hospitalar Municipal).
A decisão foi tomada nesta sexta-feira (7), um dia após a operação Nudus, da Polícia Federal, apontar suspeitas de fraudes em dois contratos emergenciais para a aquisição de 600 mil aventais descartáveis que seriam destinados a hospitais da capital gerenciados pela autarquia. Juntos, os dois contratos somam R$ 11 milhões.
Segundo a Polícia Federal, a chefe do setor de compras da AHM é namorada do dono da empresa responsável pelo fornecimento dos aventais.
Na quinta (6), a Polícia Federal esteve nos endereços dos dois suspeitos, mas os localizou num hospital da capital paulista. Os celulares de ambos e uma amostra dos aventais foram apreendidos.
Os aventais serão encaminhados à perícia para comprovar ou não a justificativa apresentada para explicar o alto custo: o produto teria proteção contra bactérias.
Também na quinta, o controlador-geral do município, João Manoel Scudeler de Barros, oficiou o TCU (Tribunal de Contas da União) e solicitou documentos e provas colhidas pela Polícia Federal nas investigações sobre o caso.
Barros fará uma investigação interna para responsabilizar empresas e servidores públicos envolvidos nos supostos esquemas de fraude.
A AHM, que administra 11 hospitais municipais da capital paulista, como o Jabaquara (zona sul) e o Tatuapé, o Ermelino Matarazzo e o Tide Setúbal (zona leste), será extinta.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, a pasta será reorganizada administrativamente. Com a mudança, a gestão dos hospitais passará a ser feita pela própria secretaria de Saúde.
A secretaria de Saúde e a prefeitura foram procuradas, mas não se manifestaram até a publicação desta reportagem.