Uma parcela expressiva dos eleitores em quatro das principais capitais brasileiras admite a possibilidade de votar em candidatos investigados por corrupção na eleição municipal.
É o que aponta pesquisa Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de outubro em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. A margem de erro em todos os casos é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela a TV Globo.
O maior índice é aferido no Rio de Janeiro, onde 50% dos entrevistados dizem que poderiam escolher um candidato investigado, enquanto a outra metade rejeita essa hipótese.
A cidade é um dos epicentros dos escândalos de corrupção no Brasil.
Dentro do tema da corrupção, o Datafolha fez uma série de perguntas específicas aos entrevistados. Segundo a pesquisa, 40% dos cariocas votariam, por exemplo, em um investigado que já tenha feito melhorias para a população em mandatos anteriores.
No linguajar da política brasileira, esse discurso de campanha foi resumido ao longo de décadas no slogan “rouba, mas faz”.
Ainda de acordo com o Datafolha, se o candidato sob investigação for conhecido e tiver prestígio, 33% poderiam votar nele. Foram ouvidos 1.008 eleitores no Rio.
Em São Paulo, 44% dos entrevistados admitem de forma geral votar em um candidato sob investigação.
Na pergunta específica sobre votar em investigados que já fizeram melhorias em mandatos anteriores, 33% consideram essa hipótese. O instituto ouviu 1.204 eleitores na cidade.
Os índices são similares em Recife, onde 43% votariam em investigados, e Belo Horizonte, em que o índice é de 42%. O Datafolha entrevistou 868 pessoas nas duas cidades.
FAIXA ETÁRIA
A tolerância com relação a candidatos investigados é maior entre os mais jovens e menos escolarizados.
Em São Paulo, 56% dos eleitores entre 16 e 24 anos aceitam a possibilidade, patamar que é similar no Rio (56%), Belo Horizonte (59%) e Recife (60%).
No segmento dos que cursaram até o ensino fundamental, 51% dos paulistanos admitem o voto em candidato investigados, índice que é de 58% no Rio, 52% na capital mineira e 55% na pernambucana.