terça-feira, 23 abril 2024

Advogado de agressor de Bolsonaro é alvo dos federais

A Polícia Federal de Minas Gerais cumpriu ontem de manhã mandado de busca e apreensão em propriedades de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos advogados de Adelio Bispo de Oliveira, o autor da facada contra Jair Bolsonaro, no dia 6 de setembro em Juiz de Fora.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Rodrigo Morais Fernandes, o objetivo da operação é apreender e periciar documentos, celulares e computadores para descobrir quem paga o trabalho do advogado de Adelio. A operação foi autorizada pelo juiz Bruno Souza Sabino, titular da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora.

O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, afirmou ontem que o inquérito está quase finalizado. “Vocês sabem que investigação requer sigilo. A investigação está bastante avançada. Está em torno de 90% concluída.”

As buscas ocorreram em um prédio comercial de propriedade do advogado em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

De acordo com o advogado, policiais levaram seu celular e o arquivo de imagem das câmeras de monitoramento. Outros quatro advogados que também atuam no processo não foram alvo da operação.

“O que me causou espécie foi a apreensão do meu celular, violando a intimidade de dezenas de clientes, como policiais, promotores e empresários, que me procuram com problemas privados. Hoje o meu celular é meu escritório, tem dezenas de informações confidenciais que agora não estão mais protegidas pela inviolabilidade do sigilo entre advogado e cliente”, disse Zanone à reportagem.

SUSPEITA
O delegado Fernandes disse que a polícia trabalha com a hipótese de que a defesa de Adelio poderia estar sendo paga por uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas ou por um grupo político.

Em setembro, Zanone disse que estava sendo pago por uma pessoa que lhe pediu que sigilo, mas que tinha ligações religiosas com Adelio.

“A decisão de hoje é um ataque a advocacia brasileira muito mais do que um ataque pessoal a mim”, afirmou.
Advogados e entidades do direito, como a Ordem dos Advogados do Brasil, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa e a Associação Nacional da Advocacia Criminal criticaram a operação por cercear o livre exercício da advocacia.

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