sábado, 27 julho 2024

Advogado leva filho para o trabalho e juiz do STJ antecipa sessão: “Honrados pela presença do pequeno Lorenzo”

Ao ver a cena, o ministro Mauro Campbell tomou a decisão de inverter a ordem das pautas e dar prioridade para a causa de que pai e filho participariam

Felipe Cavallazzi levou o filho, o pequeno Lorenzo, 1, para o trabalho (Foto: Lucas Pricken/STJ/Divulgação)

Nesta quinta-feira (18), uma cena fofa e inesperada mudou todo o planejamento de julgamentos da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A discussão das pautas do dia já havia começado quando o advogado Felipe Cavallazzi entrou no plenário da Corte ao lado de seu filho, o pequeno Lorenzo, de apenas 1 ano.

O advogado é divorciado e compartilha os cuidados do bebê com a mãe do menino. Em entrevista, ele contou que algumas pessoas ficaram surpresas com a presença de uma criança ali no ambiente . O pessoal olhou, brincou com ele, achou fofa a situação. Eu já tinha visto outras advogadas levarem os filhos para as sessões, mas confesso que nunca reparei em homens fazendo isso, disse.

Foi só terminar a leitura de um dos itens da pauta, para que o presidente da sessão, o ministro Mauro Campbell, interrompesse o ritual, direcionasse a atenção para os dois e sugerisse uma nova dinâmica para a programação do dia.

Senhora ministra, senhores ministros, eu vou… invocar o Estatuto da Criança e do Adolescente e também a Constituição, porque esta Turma está sendo honrada pela presença do Lorenzo, [que está] muito bem comportado, que já se agasalhou por causa do frio, disse.

A sugestão foi acatada por todos os ministros e participantes da sessão e a causa em que Felipe estava envolvido foi antecipada. Observo que o Lorenzo, na hora que o nome dele foi citado, olhou pro pai. Está atento, afirmou o ministro Herman Benjamin. Se comportou brilhantemente, também elogiou Campbelll.

Segundo Felipe, ele encarou a atitude dos ministros como um gesto de carinho. Era seu dia de ficar com o filho e decidiu levá-lo para um dia de trabalho, pela primeira vez. Minha mãe também me levava para acompanhar audiências, ia com o meu pai ver as aulas que ele dava… Não entendia meus colegas de escola que não sabiam dizer com que os pais trabalhavam. Acho importante que as crianças entendam essa questão, tenham contato com a profissão dos pais, vejam de onde vem o dinheiro da casa e aprendam a se portar em ambientes diferentes.

Apesar de ter sido um teste, o advogado conta que pretende que o filho o acompanhe mais vezes em seu trabalho. Não quero que vire rotina, até porque pode atrapalhar de alguma forma o andamento da sessão, mas quero que se repita, sim, finalizou. 

 Via Crescer/Globo

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