A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada nesta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A decisão foi tomada após o ex-presidente descumprir medidas cautelares, como a proibição de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
Além da prisão, Moraes determinou busca e apreensão na casa de Bolsonaro, em Brasília, e impôs novas restrições. O ex-presidente está proibido de receber visitas, exceto de advogados, e de usar celulares, inclusive os de outras pessoas.
Vídeo em apoio aos atos gerou a decisão
A medida foi motivada por um vídeo publicado no domingo (3) nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro, em que Jair Bolsonaro aparece agradecendo aos apoiadores pelos atos realizados em todo o país. O conteúdo foi considerado violação direta da decisão anterior do STF.
Moraes diz que Bolsonaro usou redes dos filhos
Segundo Moraes, Bolsonaro produziu material para ser veiculado nos perfis de seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo, além de outros aliados. Para o ministro, ficou claro o uso das redes de terceiros com o objetivo de driblar as restrições.
Na decisão, Moraes afirma que houve incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro.
Inquérito envolve Eduardo e o governo Trump
A prisão está ligada ao inquérito que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro por articulações com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Eduardo está morando nos EUA desde março, quando se licenciou do mandato alegando perseguição política. Jair Bolsonaro é investigado por ter enviado dinheiro via Pix para sustentar a estadia do filho fora do país.
Réu por tentativa de golpe
O ex-presidente também é réu na ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado. O julgamento está previsto para ocorrer em setembro no Supremo Tribunal Federal.
