Imunizante já se mostrou seguro e imunogênico e será avaliado em 400 voluntários adultos, sendo 50% idosos
A primeira etapa da fase 2 será um estudo sentinela com uma subpopulação de 68 pessoas para avaliar a produção de anticorpos contra a variante ômicron do SARS-CoV-2, cepa mais transmissível que ocupou o cenário mundial da pandemia no último ano. Os dados serão avaliados por uma equipe independente de especialistas e, caso sejam positivos, o estudo prossegue para o recrutamento dos outros 332 participantes. Nesta fase, os cientistas analisam a segurança e a imunogenicidade do produto.
Caso a fase 3 seja aprovada futuramente, além da segurança, será avaliada a eficácia do imunizante – sua capacidade de proteger contra a doença – em um número maior de pessoas. Além disso, o nível de anticorpos produzidos será comparado entre três diferentes lotes consecutivos da ButanVac, para garantir a consistência da produção da vacina.
O estudo será duplo-cego, randomizado e com controle ativo com a vacina da Pfizer. Ou seja, uma parte dos voluntários receberá ButanVac e a outra receberá o imunizante de mRNA, para comparar os níveis de anticorpos produzidos por cada vacina.
Para manter a homogeneidade da pesquisa, serão incluídas apenas pessoas que já tomaram as quatro doses de qualquer vacina de Covid-19, com intervalo de 4 a 8 meses, período em que os títulos de anticorpos começam a cair. A pesquisa será conduzida em adultos maiores de 18 anos, tendo uma porcentagem de idosos de 50% na fase 2 e de 20% na fase 3. Serão excluídas do estudo pessoas com qualquer doença ativa ou condição que aumente o risco de ter evento adverso, como imunossuprimidos e gestantes.
Sobre a ButanVac
Fruto de um consórcio internacional e produzida em ovos embrionados de galinha, mesma tecnologia da vacina da gripe, a ButanVac tem a vantagem de ter um baixo custo de produção, podendo ser exportada para países em desenvolvimento que têm dificuldades em obter imunizantes contra a Covid-19. Cerca de 20 países não vacinaram nem 10% de sua população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e apenas 24,6% dos residentes em países de baixa renda tomaram pelo menos uma dose.