A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta, na última segunda-feira (7), sobre os riscos do uso de substâncias proibidas em alisantes capilares, como o formol e o ácido glioxílico.
O comunicado reforça que o uso de formol como agente alisante é proibido no Brasil e que o uso dessa substância pode trazer sérias consequências à saúde, incluindo problemas respiratórios, alergias, irritações e até risco de câncer .

Segundo a coordenadora de fiscalização de cosméticos da Anvisa, Renata Araújo, o alerta foi motivado por uma ação de fiscalização, realizada entre os dias 23 e 27 de junho, quando sete empresas fabricantes de alisantes capilares foram operadas e interditadas por apresentarem irregularidades. “O alerta foi publicado por conta da ação de fiscalização da Anvisa, que resultou na inspeção e interdição de sete empresas por conterem irregularidades nos alisantes fabricados”, afirmou Renata.
O formol, de acordo com a legislação brasileira, só pode ser usado em cosméticos como conservador, com concentração máxima de 0,2% , ou como endurecedor de unhas, com limite de até 5%. Qualquer uso fora dessas especificações é considerado infração sanitária grave e pode configurar crime hediondo, segundo o Código Penal.
Ainda conforme a agência, o ácido glioxílico, outra substância frequentemente usada em alisantes, também representa risco à saúde. “Foi constatada a presença significativa de ácido glioxílico em diversos produtos durante a fiscalização. Essas substâncias, muitas vezes desconhecidas pela Anvisa, são perigosas e podem causar reações como incidência, alergias, dermatite de contato e até câncer nos profissionais que lidam com esses produtos com frequência”, destacou a coordenadora.

De acordo com Renata Araújo, a ação de fiscalização foi motivada por um levantamento feito pela Anvisa entre janeiro de 2023 e abril de 2025. Nesse período, 30% das medidas preventivas publicadas pela agência foram relacionadas a alisantes capilares, o que gerou um alerta para a gravidade do problema.
A Anvisa também fiscaliza os salões de beleza e estabelecimentos comerciais em parceria com outras autoridades. A população tem papel essencial nesse processo e pode contribuir com denúncias por meio da Ouvidoria da Anvisa.
“Ao fazer uma denúncia, é importante apresentar evidências, como rótulo do produto, fotos legíveis com dados de fabricação, número de lote e nome do fabricante. Essas informações são fundamentais para que possamos agir com base em dados concretos”, orientou.
A coordenadora reforça que tanto consumidores quanto profissionais de beleza devem ficar atentos ao procedimento dos produtos utilizados nos procedimentos capilares.