quarta-feira, 24 abril 2024

Bolsonaro pede em áudio para caminhoneiros liberarem estradas

Presidente diz que paralisação prejudica a economia  

Em algumas rodovias, a paralisação dos caminhoneiros impede totalmente a passagem de veículos – Captura de vídeo/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu para que caminhoneiros autônomos desistissem da paralisação e liberassem rodovias, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais (ouça o áudio abaixo). O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, confirmou a autenticidade do áudio. No final da noite desta quarta-feira (8), os bloqueios atingiam rodovias em pelos 16 estados.  

“Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível… para liberar, para a gente seguir a normalidade”

por Presidente Jair Bolsonaro

  Ouça o áudio do presidente na íntegra:

Pouco tempo depois da divulgação do áudio, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas confirmou a veracidade e reforçou o pedido do chefe do Executivo para que os manifestantes desistissem da mobilização. “Nos grupos de caminhoneiros muita gente está questionando se um áudio do presidente da República que vazou é real, e se esse áudio é atual. Bom, esse áudio é real, de hoje, e mostra a preocupação do presidente com a paralisação”, iniciou o ministro, em vídeo:  

Os bloqueios começaram na terça-feira (7), durante os atos de caráter golpista do 7 de setembro convocados pelo presidente Bolsonaro, e seguiram ao longo desta quarta-feira.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, os atos não são organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, “não se limitando a demandas ligadas à categoria.”

Associação enxerga movimento político

Em nota, a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) criticou a paralisação e disse que “trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”.

“Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc”, diz trecho do comunicado.

“Esperamos que as autoridades do Governo Federal e dos Governos Estaduais adotem as providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional, como pressuposto indeclinável para o cumprimento da atividade essencial de transporte”, prossegue.

Atualmente, a NTC congrega, além das empresas diretamente associadas (cerca de 2.354), mais de 50 entidades patronais (federações, sindicatos e associações especializadas), representando cerca de 15.000 empresas que operam uma frota superior a 1,2 milhões de caminhões e criam mais de 2 milhões de postos de trabalho.

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