terça-feira, 10 setembro 2024

Brasileiros resolvem se unir à luta na Ucrânia

Temos que refletir sobre o que podemos fazer de bom neste mundo e não pensar ‘Essa guerra não é minha’ (porque) o mundo está acabando 

Na foto, Saulo coloca sobre a cama uma roupa camuflada, um par de botas, cintos para transportar armas e uma faca embainhada. “São os materiais essenciais”, diz (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Ex-agente da Polícia Militar de São Paulo, deu baixa da corporação para integrar à guerra na Ucrânia.  Saulo comenta que se identifica com a causa, com a dor do povo ucraniano, e valida sua ida como uma forma de contribuir para evitar uma terceira guerra mundial. 

O mais novo soldado, partiu para a Polônia na semana passada, com uma passagem de ida comprada com suas próprias economias, após se despedir dos dois filhos e da namorada. Lá espera se unir à força internacional e receber armas para lutar, uma vez que o governo brasileiro não auxiliará com nenhum tipo de custeio e incentivo.

Outro homem que prefere não se identificar também planeja ir para o combate,  também criando a expectativa de um reinício em sua vida pessoal após o conflito.

— Ajudar lá na Ucrânia é uma oportunidade. Aqui no Brasil está tudo muito difícil — diz este ex-militar desempregado, de 29 anos, com experiência no Exército brasileiro e na Legião Estrangeira Francesa, à qual se alistou em 2017 com ajuda de um amigo.

Seu último trabalho, no entanto, foi em uma empresa de segurança privada no Rio de Janeiro.

— Temos que refletir sobre o que podemos fazer de bom neste mundo e não pensar ‘Essa guerra não é minha’ (porque) o mundo está acabando — acrescenta.

Mas o ex-militar espera ter certeza de poder entrar na Ucrânia antes de comprar sua passagem, após boatos sobre um repúdio aos brasileiros, entre outras coisas, pela posição “neutra” do presidente Jair Bolsonaro no conflito.

Fontes da Legião Internacional para a Defesa da Ucrânia asseguraram à AFP que não há restrições para brasileiros, mas Jorge Rybka, cônsul da Ucrânia em São Paulo, assegura que “não tem nenhum tipo de ajuda” para aqueles que querem ir ao combate.

O Itamaraty, por sua vez, “desaconselha enfaticamente” viajar para a Ucrânia, “enquanto não houver condições de segurança suficientes no país”, segundo informou à AFP. Ao contrário, as autoridades brasileiras facilitam a entrada de refugiados e expatriados vindos da Ucrânia, de onde já saíram mais de 3,5 milhões de pessoas, segundo a ONU.

Mais informações Agence France-Presse. 

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