sexta-feira, 26 abril 2024

Carta pela democracia será lida em todo o país

Documento contra ações golpistas de Bolsonaro já conta com 800 mil assinaturas e terá leitura simultânea

TEXTO | Fachada do prédio da Faculdade de Direito da USP, onde nasceu o manifesto (foto: Eduardo Knapp / Folhapress)

A forte adesão à carta em defesa da democracia tem impulsionado a organização de centenas de atos em todo o Brasil para que sejam respeitadas as decisões das urnas nas eleições de outubro. Parte das manifestações acontecerá na manhã de quinta-feira (11), de forma simultânea à leitura do manifesto na Faculdade de Direito da USP. Os atos são estimulados pelo comitê organizador do evento na região central de São Paulo e estão marcados em dezenas de faculdades de direito, associações e escolas espalhadas pelas cinco regiões do país.

Além da leitura da carta pró-democracia, que já soma mais de 800 mil assinaturas, estão previstas manifestações artísticas e culturais, debates e marchas em defesa do Estado democrático de Direito.

Aproximadamente 30 pessoas se voluntariaram em um primeiro momento para ajudar na divulgação do movimento em outras regiões do país, segundo a advogada e membro do Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo) Ana Luisa Borges.

Os voluntários se dividiram em subgrupos para a redação e divulgação de textos sobre o manifesto, diálogo com movimentos estudantis e sociais, mapeamento de sindicatos e associações, contato com escolas e turmas do ensino médio e até busca por influenciadores.

“Todo mundo tem autonomia e pode auxiliar. Um professor, por exemplo, pode convidar um colega de outra instituição, e a mobilização foi crescendo”, diz Borges. “A leitura da carta em várias cidades tem o objetivo de mostrar que a sociedade está unida e que não vai tolerar que o Estado democrático de Direito não seja respeitado”. Para ajudar na difusão da mensagem, o comitê organizador estuda a produção de um vídeo com imagens das leituras da carta em diferentes localidades.

Na região Sudeste, atos pela democracia estão marcados em todas as quatro capitais. Na cidade do Rio de Janeiro, a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” deverá ser lida às 11h30 nas faculdades de Direito da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) , simultaneamente ao ato em São Paulo.

Na PUC-RJ, que deverá concentrar o maior número de entidades representativas da sociedade civil, são esperadas pelo menos 500 pessoas, de acordo com Marcelo Nogueira, membro da coordenação executiva nacional da ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), que ajuda a organizar as manifestações na cidade.

No período da manhã, a prioridade será a leitura do manifesto. Depois, deverão ocorrer diferentes atividades, como um debate sobre lawfare (uso da lei para perseguição política) na Uerj. À tarde, centrais sindicais promoverão uma marcha que sairá da Candelária rumo à Cinelândia, na região central do Rio. Em Belo Horizonte, a carta será lida na Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Também está prevista uma passeata no período da tarde, que deve percorrer o caminho entre as praças Afonso Arinos e Sete de Setembro.

Até dia 11, os organizadores do manifesto que surgiu a partir de ideia de ex-alunos do largo de São Francisco esperam ultrapassar a marca de um milhão de assinaturas.

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