Entre 2019, antes da pandemia, e o ano passado, número de casos notificados caiu de 4,5 mil para 283
Balanço oficial divulgado nesta quarta-feira (16) pela Secretaria de Saúde de Americana aponta que a cidade registrou queda de quase 94% nos casos notificados de dengue nos últimos dois anos – período que coincide com a pandemia de Covid-19. Enquanto no ano de 2019, antes a crise sanitária, foram registrados 4.590 casos da doença, em 2021 o número foi de apenas 283 (queda de 93,8%).
“Um dos possíveis motivos apontados seriam as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, o que de certa forma, contribuiu para reduzir a propagação da doença”, informou a secretaria, em nota.
Além da pandemia de Covid-19, outro fator apontado pela Vigilância Ambiental de Americana, órgão ligado à Uvisa (Unidade de Vigilância em Saúde), é a circulação de um mesmo subtipo do vírus, o que, em tese, teria dificuldade em provocar novas infecções devido à maioria da população já ter contraído a doença pelo mesmo subtipo.
“A pandemia pode ter sido uma das responsáveis pela redução dos casos, mas também não podemos ignorar o fato de que a circulação de um mesmo subtipo do vírus também contribui muito para que haja a redução na taxa de infecção ou contaminação da população”, afirmou o coordenador da Vigilância Ambiental, Antônio Jorge da Silva Gomes.
MORTES INVESTIGADAS
Apesar do baixo número de casos, o município está aguardando a conclusão sobre dois óbitos ocorridos em 2022, em que a dengue é apontada como uma das prováveis causas. O último óbito causado pela doença ocorreu em outubro de 2021, sendo um caso importado.
De janeiro até o dia 16 de março deste ano a Vigilância Epidemiológica confirmou 114 casos positivos da doença, o que mostra uma redução significativa, considerando que o verão já está chegando ao fim, período do ano em que há maior incidência do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, devido às chuvas e também às altas temperaturas.
“A tendência é que tenhamos um período favorável, porque em breve entraremos numa fase de estiagem e as temperaturas vão diminuir. Isto faz com que a presença do vetor nos domicílios em geral sofra uma redução importante, diminuindo as possibilidades de haver surtos da doença”, explicou Gomes.
NEBULIZAÇÃO
Apesar dessa redução, o município diz que não vai “baixar a guarda”. “Ao contrário, está sendo finalizado um processo para a contratação de uma empresa terceirizada, a fim de complementar o trabalho de campo feito pelas equipes do PMCD (Programa Municipal de Controle da Dengue)”, informa a nota.
De acordo com a Vigilância Ambiental, o processo licitatório segue em trâmite junto ao setor de suprimentos e, tão logo sejam finalizadas as questões legais e administrativas, a empresa deverá assumir os trabalhos, cujo prazo de validade será de seis meses a contar da assinatura do contrato.