No final de fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro afastou Flordelis de seu cargo na Câmara, que enviou uma petição ao STF
O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) apresentou nesta terça-feira (1ª) no Conselho de Ética da Câmara voto favorável à cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suspeita de ser a mandante do assassinato do ex-marido, Anderson do Carmo.
O Conselho deve votar o caso na próxima semana. Flordelis só terá o mandato cassado caso eventual recomendação do órgão seja ratificado pelo plenário da Câmara, em votação aberta, por ao menos 257 dos 513 parlamentares.
No final de fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro afastou Flordelis de seu cargo na Câmara, que enviou uma petição ao STF (Supremo Tribunal Federal) contestando a decisão do Tribunal de Justiça fluminense.
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado depois de chegar em casa com Flordelis, em Niterói, na região metropolitana do Rio, em junho de 2019. Ele foi alvo de vários tiros na garagem da residência.
Na ocasião, Flordelis afirmou que o marido tinha sido morto durante um assalto e alegou que o casal estava sendo perseguido por homens em uma moto quando voltavam para casa.
Em agosto de 2019, um dos 55 filhos da pastora disse à Polícia Civil que acredita que a mãe tenha sido a “mentora intelectual” do assassinato do marido, o que ela nega.
De acordo com investigações da Polícia Civil, o plano para matar o pastor teve início em maio de 2018, com um envenenamento em doses por arsênico.
A deputada foi indiciada pela polícia e denunciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Para a polícia, a motivação do crime foi a insatisfação com a maneira que o pastor Anderson administrava a vida financeira da família.
Flordelis não foi presa por causa da imunidade parlamentar. Nesse caso, apenas os flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão.
Em novembro do ano passado, a pastora publicou um vídeo em que afirmava que a denúncia contra ela havia sido baseada em depoimentos anônimos enviados por meio da internet.