domingo, 6 julho 2025

Desemprego sobe para 11,6% no País

A taxa de desocupação no País interrompeu a sequência de dois trimestres seguidos de queda significativa e subiu para 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro – portanto antes da pandemia do novo coronavírus. Ao todo, eram 12,3 milhões de desempregados no Brasil. A taxa no trimestre terminado em novembro foi de 11,2%.

Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar do aumento na comparação com o trimestre anterior, a taxa de desocupação continuou em queda quando analisada junto ao trimestre encerrado um ano antes, em fevereiro de 2019, quando marcou 12,4%.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento registrado no desemprego neste início de 2020 é reflexo da variação sazonal do mercado de trabalho, considerada normal para esta época do ano. “É normal que no início do ano ocorra essa interrupção, porque já vínhamos numa trajetória de taxas declinantes no fim do ano. Não tínhamos visto essa reversão em janeiro, no entanto, ela veio agora no mês de fevereiro, provocada por uma queda na quantidade de pessoas ocupadas e um aumento na procura por trabalho”.

SETORES

Ela explica que, ao contrário do que costuma ocorrer no início do ano, quando são demitidos os funcionários contratados temporariamente para o Natal, o comércio não foi o setor responsável pelo aumento na desocupação. A alta foi puxada pelos setores de construção (-4,4%), que não sustentou a recuperação apresentada no fim do ano, serviços domésticos (-2,4%), relacionado ao período de férias das famílias e a dispensa das diaristas, e administração pública (-2,3%).

“A administração pública tem uma sazonalidade, pois ela dispensa pessoas no fim e no início do ano em função de términos nos contratos temporários das prefeituras, nas áreas de educação e saúde, retomando as contratações a partir de março, após a aprovação dos orçamentos municipais”, afirma Adriana.

38 milhões vivem na informalidade no Brasil

A taxa de informalidade caiu de 41,1% para 40,6% no Brasil, segundo o IBGE, na comparação com o trimestre anterior. Porém, ainda representa um total de 38 milhões de informais no País.

Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, os conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

A queda na informalidade teve como reflexo o aumento no rendimento, que subiu para R$ 2.375, alta de 1,8% na comparação com o trimestre anterior e 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Isso não foi visto nas PNADs anteriores, quando o número de trabalhadores informais vinha em crescimento.

“Na medida em que se tem um contingente menor de trabalhadores na informalidade, permanecem no mercado pessoas em atividades mais formalizadas e com melhores remunerações, em setores como a indústria e alguns segmentos do comércio. Não vimos isso nas últimas PNADs, até porque a informalidade estava em trajetória de crescimento”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

*Com informações da Folhapress

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