sábado, 23 novembro 2024

Doria e Covas se desentendem sobre decisão da prefeitura de antecipar feriados em SP

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), se desentenderam sobre a decisão da Prefeitura de São Paulo de antecipar feriados na tentativa de aumentar o isolamento social.
Covas decidiu adiantar cinco feriados municipais para tentar conter o avanço da doença. Doria, no entanto, afirmou nesta sexta-feira (19) que faltou bom senso da prefeitura.
Embora os dois tenham tido outras discordâncias, o bate-boca foi visto no mundo político com um tom acima de atritos anteriores.
Agora, há um medo no governo que os feriados adiantados possam gerar uma onda de viagens ao litoral paulista.
“As prefeituras têm autonomia para suas decisões, e nós reconhecemos isso. Mas há certas decisões que o bom senso recomenda que sejam compartilhadas previamente com o governo dado ao fato de que a decisão de uma cidade muitas vezes implica em impacto nas cidades vizinhas. Faltou aí um pouco de bom senso da Prefeitura de São Paulo em fazer esse compartilhamento prévio para evitar exatamente o mal-estar que acabou provocando”, disse o governador, durante visita ao Instituto Butantan.
Covas, após a manifestação do governador, emitiu uma nota: “O senso que falta é o senso de urgência. Aqui na Prefeitura tem menos falação, foco no trabalho e colaboração. Faço o máximo que posso para defender o povo da minha cidade. Sempre aberto a colaborar com outras cidades e com o governo do Estado. Mas cada um precisa assumir suas responsabilidades.”
Covas e Doria já tiveram diversos momentos de discordância durante a pandemia.
Inicialmente, no começo da pandemia, Covas era adepto de tomar medidas mais duras, enquanto o governo estadual já ensaiava a possibilidade de flexibilizar a quarentena. Em 2020, o secretário de Transportes Metropolitanos de Doria, Alexandre Baldy, acusou a prefeitura de não avisar o governo sobre um megarrodízio para tentar aumentar o isolamento social na cidade em maio -posteriormente, a ideia do rodízio foi abortada.
Depois, conforme a pandemia avançou, a gestão Covas via índices da pandemia melhorarem e sua equipe começou a cobrar reabertura de alguns setores. A possibilidade de a cidade se manter com as mesmas restrições de locais onde a epidemia estava mais acelerada irritou técnicos do município, que chegaram a deixar de participar das reuniões com o governo estadual.  (FOLHAPRESS)

 

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