O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não pretende privatizar a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). A declaração foi dada em visita ao entreposto, na tarde desta terça-feira (15), para a inauguração da restauração da Torre do Relógio.
“Enquanto eu for presidente da República, essa é a casa de vocês. Queriam privatizar para o amiguinho se dar bem. Esse amiguinho vai continuar andando por aí com sua calcinha apertada, que não será privatizado”, disse.
Em seu discurso, Bolsonaro se referia ao governador João Doria (PSDB), que, em 2019, assinou um acordo com o então secretário especial de Desestatização do governo federal, Salim Mattar, para fechar a Ceagesp.
O presidente falou a uma multidão de trabalhadores e permissionários da companhia, que escutaram o pronunciamento aglomerados em meio a caixotes de legumes e verduras, boa parte sem máscara.
Antes disso, os funcionários da Ceagesp aguardaram a chegada do presidente junto à Torre do Relógio, no portão 4, com faixas de apoio a Bolsonaro e de críticas ao governador.
Muitos vestiam camisetas nas cores verde e amarela, como pedido pelo diretor do entreposto em comunicado divulgado dias antes da visita.
A ideia do governo paulista era transferir o entreposto para outro endereço, que seria construído e administrado por empresas privadas em um terreno às margens do rodoanel Mário Covas.
Na ocasião, Doria prometeu entregar a nova sede da Ceagesp em 2024.
A privatização da Ceagesp consta no decreto do Plano de Desestatizações do governo federal, assinado pelo próprio Bolsonaro e publicado no Diário Oficial da União em 7 de outubro de 2019. “Nenhum rato vai querer sucatear isso aqui para privatizar para o seus amigos”, disse o presidente.
O presidente disse ainda que a nova gestão do entreposto vai acabar com a corrupção na companhia. Em outubro deste ano, o presidente nomeou presidente da Ceagesp o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Nascimento de Mello Araújo, 49.




