quinta-feira, 28 novembro 2024

Empresária morta em explosão em MT usava dinamite clandestina, diz polícia

Daniella Trajano Dalffe, de 28 anos, manuseava explosivo quando ocorreu o acidente  

Daniella Trajano Dalff morreu em explosão – Reprodução/Instagram

As vítimas de uma explosão no garimpo de Guarantã do Norte (MT) manuseavam explosivos clandestinos no momento do incidente, de acordo com as investigações da Polícia Civil. Na ocasião, morreram a empresária Daniella Trajano Dalffe, de 28 anos, e o presidente de uma cooperativa de garimpeiros, Mário Lucier Caldeira, de 49.

Segundo o delegado à frente do caso eles usariam solventes para apagar códigos obrigatórios de rastreio, prática do comércio ilegal de explosivos. No dia do acidente, outras três pessoas ficaram gravemente feridas, com lesões e queimaduras. A procedência do material foi confirmada em depoimento de outros trabalhadores que estavam no local.

Segundo o delegado Victor Hugo Caetano Freitas, Daniella, Mário e os outros colegas usavam um solvente inflamável para remover os códigos de rastreio, presentes em todo e qualquer explosivo legal. Eles são obrigatórios para rastrear a carga desde a origem até o destino final do material, que tem o uso controlado pelo Exército Brasileiro.

De acordo com Freitas, o apagamento tinha como objetivo evitar que o material fosse rastreado e pudesse ser vendido no mercado clandestino. “As cargas de dinamite não deveriam estar em Guarantã, foram movimentadas clandestinamente. O rastreio desse tipo de carga tem uma rota traçada, não pode ser desviada”, explicou.

A Polícia Civil destaca que ainda está reunindo informações e laudos técnicos para esclarecer responsáveis pelo incidente e pelo material explosivo encontrado no local. No garimpo, foram apreendidos 300 quilos de emulsão de dinamite e mais de mil metros de cordel detonante.

Explosão envolveu “duas ou três” bananas de dinamite

As investigações apontam que a explosão foi causada pelo atrito entre o solvente para apagar os códigos e o cordel de dinamite. Mas as informações só serão definitivas após emissão de laudo da Perícia Oficial do Mato Grosso.

Daniella e Mário teriam morrido por serem os mais próximos às “duas ou três bananas de dinamite” que explodiram. O delegado Victor Hugo destaca que se as emulsões também tivessem explodido, a tragédia poderia ser ainda maior.

“O cordel é um material mais sensível e, no atrito com o solvente químico, houve a reação. Ocorreu a explosão de duas ou três dinamites, mas se houvesse explodido mais, teria ocorrido uma hecatombe”, afirmou.

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