terça-feira, 7 maio 2024

Empresário mata esposa grávida de 6 meses e sogra

Ricardo Pinheiro Jucá Vasconcelos, de 43 anos, também baleou o sogro na boca; ele foi preso

Ricardo Pinheiro Jucá Vasconcelos, de 43 anos, teve prisão preventiva decretada acusado de matar a esposa e a sogra – Arquivo pessoal

Um tabelião e empresário de criptomoedas foi preso por suspeita de matar a mulher grávida de seis meses e a sogra na sexta-feira (13), em Nova Friburgo (RJ). Ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na audiência de custódia realizada neste domingo (15).

O crime aconteceu na casa do casal em Cônego, Nova Friburgo. Os policiais militares receberam um chamado e, chegando ao local, encontraram Wellington Braga de Mello, sogro do suspeito, que foi baleado na boca.

O sogro disse aos agentes que seu genro, Ricardo Pinheiro Jucá Vasconcelos, de 43 anos, e suspeito de ser autor dos disparos, estaria “completamento transtornado” dentro de casa. A sogra do suspeito, Rosemary Gomes de Mello, de 67 anos, foi encontrada morta no primeiro andar, e a esposa e juíza de paz Nahaty Gomes de Mello, de 33 anos, estava no segundo andar, na cama, sem vida e com uma pistola ao lado.

Por decisão do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), o suspeito foi encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Roberto Medeiros, onde será submetido a exames. Se o resultado indicar ausência de doença psiquiátrica, ele deverá ser encaminhado para unidade prisional comum. Ricardo afirmou que estava em um “surto” quando foi preso, o que foi posto em dúvida pelo delegado responsável pelo caso.

Em nota, a Polícia Militar afirma que o Corpo de Bombeiros também foi acionado e socorreu uma vítima, o sogro, que foi encaminhada ao Hospital Municipal Raul Sertã. Ele foi transferido para uma unidade particular.

Nem o centro de saúde nem a filha do paciente, Saliha Mello, deram informações sobre o estado de saúde de Wellington. Segundo a família, esclarecimentos seriam passados “no momento certo” e que, agora todos estão resolvendo questões burocráticas.

Segundo o delegado Henrique Paulo Mesquita Pessoa, da 151ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso, Ricardo Vasconcelos teria dito na viatura que teve um surto psiquiátrico. “Isso evidencia uma certa incredulidade, já que quem está em surto psiquiátrico logo após matar a esposa grávida e a sogra não teria tamanha compreensão da situação. Ele foi autuado claramente por feminicídio e na delegacia não demonstrou qualquer surto. Parecia uma pessoa absolutamente normal, consciente e controlada”, disse o delegado.

A Polícia Civil está acompanhando o estado de saúde do sogro que será ouvido futuramente. O suspeito trabalha como tabelião, é empresário do setor de criptomoedas e não tinha porte de arma. A reportagem procurou a defesa de Ricardo, mas não obteve retorno até a conclusão da reportagem.

Na audiência de custódia, Ricardo Vasconcelos alegou para a juíza Ariadne Villela Lopes que é portador de algumas doenças, como vitiligo, depressão, ansiedade, crise de pânico e demais transtornos mentais.

Há uma semana, a esposa que estava grávida de uma menina, compartilhou nas redes sociais uma homenagem de dias dos pais: “Meu amor, feliz dia dos pais! Nesses 6 meses do nosso pacotinho eu só tenho amor, gratidão e certeza de que nossa filha tirou a sorte grande em te ter como pai. Nós te amamos”.

Na manhã desta segunda-feira (16), Saliha Mello, filha e irmã das vítimas postou um vídeo de agradecimento pelas mensagens de apoio e pediu orações: “Está sendo muito difícil para mim. Cada uma das mensagens que estou recebendo tem feito muita diferença para suportar essa cruz. Peço que quem puder entrar em oração, mentalizar que o melhor seja feito, que a vontade de Deus seja feita na vida do meu pai e que minha irmã, minha sobrinha Zoe e minha mãe encontre paz”, desabafou a médica.

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