Em meio ao aumento das queimadas na floresta amazônica, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (11) que o Brasil é criticado de maneira injusta e que adota uma política de tolerância zero na área ambiental.
Em discurso durante encontro com presidentes da América do Sul para discutir a preservação do meio ambiente, o brasileiro disse que é mentirosa a crítica de que a floresta amazônica “arde em fogo”. Segundo ele, a realidade da região é “bem diferente” do que a imprensa brasileira e governos estrangeiros apresentam.
Dados preliminares do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram, no entanto, que, de agosto de 2019 a julho de 2020, houve um salto de 34% na destruição florestal em comparação com o mesmo período anterior.
“Essa história de que a Amazônia arde em fogo é uma mentira. E nós devemos combater isso com números verdadeiros. É o que estamos fazendo aqui no Brasil”, disse.
Bolsonaro afirmou ainda que os países da região amazônica têm capacidade para preservar a cobertura vegetal e que devem resistir com “perseverança” e com “verdade”.
Segundo ele, o empenho do Brasil tem sido “grande” e “enorme” no combate aos focos de incêndio.
“Nós bem sabemos da importância dessa região para todos nós, bem como dos interesses de muitos países. E também sabemos o quanto nós somos criticados de forma injusta por parte de muitos países do mundo. Nós, com perseverança, determinação e verdade, devemos resistir”, disse.
Segundo o presidente, por ser uma potência no agronegócio, o Brasil sofre ameaças externas e “alguns poucos brasileiros” trabalham contra o país no cenário externo.
“A nossa política é de tolerância zero. Não só para o crime comum, mas também para a questão ambiental. Combater ilícitos é essencial para a preservação da nossa floresta amazônica. Mas não é tudo. Temos de desenvolver também na região o desenvolvimento sustentável”, disse.
Bolsonaro defendeu que as nações comprometidas com a preservação da floresta amazônica cumpram com os compromissos assumidos no passado de repasse de recursos financeiros. E disse que o Brasil adotará “total transparência” nos próximos fóruns internacionais.
“O fato de que a maior parte da floresta amazônica permanece intacta é a comprovação de que nossos estados são perfeitamente capazes de cuidar desse patrimônio com atenção aos aspectos ambientais, sociais e econômicos”, disse.
O presidente disse ainda que se embaixadores estrangeiros sobrevoarem o território entre as cidades de Boa Vista, em Roraima, e Manaus, no Amazonas, “não acharão nenhum foco de incêndio ou corte de hectare desmatado”.
CHEFES DE ESTADO
A reunião teve as participações dos chefes de Estado de Colômbia, Bolívia, Peru, Equador e Guiana, além de representantes de entidades internacionais, como da ONU (Organização das Nações Unidas) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
No seu discurso, o presidente da Colômbia, Iván Duque, lamentou que a epidemia do novo coronavírus tem gerado efeitos econômicos e sociais na região e cobrou os presidentes presentes a adotarem a preservação ambiental como política de governo.
Em linha semelhante, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, disse que apenas a adoção de uma política externa em defesa do multilateralismo será eficiente para reduzir os efeitos do aquecimento global na América do Sul.