A empresa disse que vai estudar “medidas legais” acerca do caso, reiterando sua confiança na qualidade e potencialidade do avião
A FAB (Força Aérea Brasileira) reduziu de forma unilateral a encomenda dos cargueiros militares KC-390 da Embraer, ato inédito que expôs seu incômodo na relação de 52 anos com a empresa, abrindo uma crise sem precedentes. A empresa disse que vai estudar “medidas legais” acerca do caso, reiterando sua confiança na qualidade e potencialidade do avião. Suas ações chegaram a despencar 8,4% nesta sexta-feira (12), e fecharam o pregão com queda de 4,4%.
A aeronave é a maior aposta no setor de defesa da Embraer, e uma compra governamental inicial robusta é necessária para alavancar sua exposição no mercado externo – o KC-390 já foi comprado por Portugal e Hungria, membros da Otan (clube militar ocidental), e está ofertado a outros países.
A informação foi adiantada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em texto publicado no site da FAB nesta sexta, o comandante da Força, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou que a decisão “indesejável” ocorreu por responsabilidade da Embraer.
Segundo ele, quando a Aeronáutica informou que a restrição orçamentária sobre programas estratégicos do governo Jair Bolsonaro afetaria a compra dos KC-390, em abril, foram abertas negociações com a empresa.
Segundo ele, quando a Aeronáutica informou que a restrição orçamentária sobre programas estratégicos do governo Jair Bolsonaro afetaria a compra dos KC-390, em abril, foram abertas negociações com a empresa.
Baptista Junior diz que as conversas se estenderam além do prazo inicial, agosto, chegando a uma data limite na quinta (11). “A Embraer informou a não aceitação da proposta da Aeronáutica”, diz. A empresa, que nasceu do ventre da FAB em 1969 e foi privatizada em 1994, vai avaliar “medidas legais relativas ao reequilíbrio econômico e financeiro dos contratos, bem como avaliará os efeitos da redução dos contratos em seus negócios”.