sexta-feira, 26 abril 2024

Família de adolescente autoriza doação de órgãos e mudará a vida de 5 pessoas

Coordenadora da central de transplantes enfatizou a importância da conscientização sobre o tema. “Infelizmente temos uma taxa de recusa muito alta e isso influencia na fila nacional

Após a confirmação do óbito, sua família considerou que os órgãos do jovem poderiam salvar outras vidas (Foto: Divulgação)

No dia 5 de junho, o estudante Alcides Alves de Souza Neto, 17 anos, sofreu um acidente fatal de moto na BR-010, próximo ao bairro Jardim Aureny IV, em Palmas (TO).

Ele estava a caminho do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), onde iria prestar vestibular para o curso de Agronomia.

Após a confirmação do óbito, sua família considerou que os órgãos do jovem poderiam salvar outras vidas, e assim autorizaram a doação destes.

O pai de Alcides, o lavrador Alves Márcio Ribeiro, conta que ele e sua família não eram a favor dessa opção inicialmente, mas mudaram sua decisão para, de alguma forma, homenagear o filho e mantê-lo vivo através de outras pessoas.

“Nós fomos criados em uma cultura que era contra esse tipo de ação. Mas ele era uma pessoa de ajudar os outros e um menino muito amado e excepcional. E como ele teve a morte cerebral e seus órgãos estavam perfeitos, nós optamos por ajudar outras pessoas, porque ele sempre ajudou quem estava ao seu redor. Alcidinho era um menino de ouro. Nada mais justo”, explicou o pai.

Segundo o Hospital Geral de Palmas (HGP), a captação dos órgãos foi feita após o adolescente ter a morte encefálica declarada e a família ter autorizado formalmente o procedimento.

Para Marilia Ribeiro, coordenadora da Central de Transplantes do Estado, a família do adolescente” conseguiu ressignificar esse momento de dor e transformar em solidariedade”.

Além de exaltar a doação, Marília enfatizou a importância da conscientização sobre o tema. “Infelizmente temos uma taxa de recusa muito alta, esses valores oscilam entre 80% e quase 100%, e isso influencia na fila nacional, de quase 55 mil pacientes aguardando por um órgão. Então a gente precisa conscientizar e deixar em vida a vontade de ser um doador”, afirmou.

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