sábado, 27 julho 2024

Governo paga ‘jetons’ a 330 servidores e custo passa de R$ 1 milhão por mês

Embora pressionado pelo aumento de gastos, o governo Bolsonaro concede jetons (remuneração que fica fora do teto salarial do funcionalismo público) a mais de 330 servidores, inclusive a ministros. O gasto com esses pagamentos supera R$ 1 milhão por mês. O desembolso pode ultrapassar R$ 1,6 milhão a depender da quantidade de reuniões dos conselhos de estatais.

“Jetom” é a gratificação paga pela participação em conselhos de empresas estatais, cujo objetivo é direcionar os rumos da companhia e fiscalizá-la.

O governo tem cadeiras nesses colegiados e cabe ao ministro responsável pela área nomear representantes. O Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, é a pasta com maior número de indicados.

Segundo levantamento feito pela reportagem, pelo menos 69 servidores conseguiram um contracheque acima do teto do funcionalismo (R$ 39,3 mil) ao juntar o salário bruto e os honorários das estatais de abril a agosto.

A Embraer chegou a pagar R$ 40,8 mil em jetons em um único mês a um militar. O valor, em si, já supera o limite máximo que um funcionário público federal pode receber de salário bruto. Bancos estatais, como BNDES e Banco do Brasil, a Petrobras, o Sesc (Serviço Social do Comércio), o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e a Infraero estão entre as empresas e entidades que mais pagam pela participação em reuniões de conselho.

Como os jetons não são considerados salário, eles não entram na conta do teto, equivalente ao salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em média, esses servidores têm um salário bruto de R$ 26,5 mil por mês. Com jetons, conseguem, em média, elevar a renda em R$ 5.000. Alguns recebem esses honorários todos os meses. Em outros casos, o pagamento é esporádico.

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