quinta-feira, 25 abril 2024

Haddad telefona a FHC e diz que ataques colocam ‘democracia em jogo’

O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, telefonou ontem à tarde ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e debateu o que chama de escalada de ataques de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), a diversas instituições do país.
Haddad relatou à reportagem que o tucano está muito preocupado com os rumos do Brasil e que, assim como ele, avalia que a democracia “está em jogo” na disputa presidencial deste ano. Ainda de acordo com o petista, nenhum pedido de apoio público foi firmado.

“Não era o objetivo do telefonema”, declarou. “Disse a ele [FHC] que nosso solo comum, a democracia, está em jogo, e ele concordou. Ele está realmente preocupado”, afirmou Haddad.

O candidato do PT havia dito pela manhã que telefonaria a FHC ainda ontem, depois que o ex-presidente condenou as declarações de um dos filhos de Bolsonaro, Eduardo, que disse que “bastam um soldado e um cabo” para fechar o STF (Supremo Tribunal Federal).

O tucano disse que a fala do filho do candidato do PSL “merece repúdio dos democratas” e “cheira a fascismo”. Haddad comemorou o discurso do ex-presidente, uma pessoa que ele classificou como “insuspeita”.

Desde o início do segundo turno, Haddad tenta atrair FHC para uma frente democrática contra a candidatura de Bolsonaro, mas não conseguiu o apoio explícito do tucano.

O ex-presidente, crítico ao capitão reformado, chegou a dizer que havia uma “porta” para o diálogo com o petista, mas em seguida declarou que ela estava “enferrujada” e os dois não chegaram a se falar pessoalmente.

Aliados de Haddad rechaçam a insistência do petista em formar uma ampla aliança, inclusive com nomes da centro-direita.

MARINA SILVA
A candidata derrotada à Presidência Marina Silva (Rede) declarou apoio crítico a Fernando Haddad no segundo turno “diante do pior risco iminente” da vitória de Bolsonaro.

“Sei que, com apenas 1% de votação no primeiro turno, a importância de minha manifestação, numa lógica eleitoral restrita, é puramente simbólica. Mas é meu dever ético e político fazê-la”, disse a ex-senadora.

Marina citou três razões para ficar ao lado de Haddad: risco de desmonte da “estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas”; a postura do militar reformado de minimizar direitos e diversidade, “promovendo a incitação sistemática ao ódio, à violência, à discriminação”; e o “pouco apreço” dele às regras democráticas.

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