O sonho de ter uma moradia foi possível com o apoio da prefeitura, que concedeu um espaço improvisado ao lado do cemitério para o Edson viver de forma digna
O pedreiro Edson Aparecido de Carvalho, 50 anos, finalmente deixou a sepultura onde dormiu por 15 anos para morar numa casa de verdade em Maringá, no Paraná.
“Estou contente, porque agora eu tenho luz, água e o espaço é bem maior que o jazigo. A casa é simples, mas para quem já ficou sem ter para onde ir, isso aqui está bom demais. A tranquilidade é a mesma da casa antiga”, comemorou.
O sonho de ter uma moradia foi possível com o apoio da prefeitura, que concedeu um espaço improvisado ao lado do cemitério para o Edson viver de forma digna.
Como o cemitério virou a sua casa
Edson é conhecido na cidade pelo apelido de ‘Cemitério’ porque passou quase um terço da vida dividindo o mesmo espaço com os mortos.
Ele que sempre morou nas ruas após a morte dos pais, foi parar na sepultura de 3 metros quadrados após ser expulso da rodoviária, onde dormia.
“Um dia fui contratado para fazer um túmulo aqui e vi que havia uma capelinha vazia. Os trabalhadores mais antigos daqui falaram que a ossada havia sido retirada e enviada para Campo Mourão e que o dono não apareceu mais. Daí pensei, pronto, encontrei minha casa”, lembrou.
O jazigo era como um quarto adaptado com roupas penduradas no barbante e um colchão fino. Para tomar banho, Edson conta que usava o banheiro do espaço público e nos fundos do cemitério adaptou um fogão a lenha, porém, com o dinheiro que ganhava dos serviços, ele preferia comer marmitas, ou mesmo alimentos prontos que recebia de doações.
A nova casa
Há 9 meses ele trocou a sepultura por uma cama quentinha.
Com um sorriso estampado no rosto, Edson comemora por ter luz, água e um espaço maior que o jazigo para viver.