quinta-feira, 25 abril 2024

Indicadores econômicos já mostram efeito do corte

O índice de vendas no varejo amplo da Getnet indicou queda de 10,9% em relação a dezembro. Todos os segmentos tiveram resultados negativos, com exceção de artigos farmacêuticos. Em dezembro, havia sido registrado crescimento de 3,5%.

Gustavo Bahia, vice-presidente de Finanças da Getnet, afirma que os dados já haviam apontado uma desaceleração ao longo do quarto trimestre, quando o valor do auxílio emergencial foi reduzido pela metade.

Na época, também já havia a cautela dos consumidores em razão da perspectiva do fim do benefício e o do direcionamento dos gastos das famílias para alguns serviços beneficiados pela redução de restrições de mobilidade.

“De outubro para cá, a gente já vinha sinalizando uma desaceleração, na expectativa do encerramento do auxílio. Essa era a principal variável. Em janeiro, você vê uma contração”, afirma Bahia.

“A gente imagina que essa retração vá perdurar. Temos algumas variáveis de incerteza em relação à empregabilidade. O desemprego deve se manter elevado ao longo de 2021. As pessoas tendem a ser mais precavidas, postergando determinados gastos.”

Bahia afirma que a expectativa é um desempenho mais fraco no primeiro trimestre, mas que o avanço da vacinação, o fim das restrições a algumas atividades e uma segunda onda de incentivos fiscais, que já está em discussão no Congresso e no Executivo Federal, devem contribuir para uma retomada no varejo.

De acordo com o economista José Márcio Camargo, da Genial Investimentos, o indicador diário de atividade da instituição também mostra queda ao longo de janeiro.

Ele destaca os efeitos da evolução da pandemia, com aumento no número de caso e de mortes, o que tem gerado aumento das restrições à mobilidade urbana, afetado o nível de ocupação e renda e, consequentemente, a atividade. Outro ponto é o fim do auxílio, que foi fundamental para auxiliar na retomada no segundo semestre de 2020.

“O sinal era que a economia estava mesmo voltando a uma taxa muito forte, com a ocupação crescendo. Os sinais eram bastante positivos, mas isso é passado. A partir de janeiro tem algumas coisas acontecendo que podem desacelerar a economia.”

O Idat (Indicador Diário de Atividade) do Itaú Unibanco, por outro lado, tem mostrado estabilidade desde outubro, tendência que se manteve neste início de ano, segundo o economista da instituição Luka Barbosa.

O Santander Brasil estima queda do PIB de 0,4% no primeiro trimestre, com o desemprego chegando a 16,9% no segundo trimestre do ano, devido à volta da força de trabalho aos níveis pré-pandemia, mas retornando para 14% no final de 2021.

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