O cálculo é feito a partir de dados do IBGE
O “índice de miséria” no Brasil atingiu 23,47 pontos em maio, dado mais recente, no maior valor desde o início da série histórica, em março de 2012. O recorde negativo foi puxado por aceleração da inflação, aumento do desemprego e do custo de vida e queda da renda.
Calculado pela LCA Consultores a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice mede a satisfação da sociedade com a economia.
Para isso, leva em consideração a taxa de desemprego registrada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), índice que capta as variações de preços para a população de baixa renda, que recebe entre um e cinco salários mínimos.
Pelas projeções da LCA, o índice de miséria deve continuar subindo até atingir 24,27% em agosto, quando então deve passar a cair. A previsão é que termine o ano em 21,44%.
Desemprego de 14,6%
Os dados apurados pela Pnad apontam o trimestre encerrado em maio com o maior índice de miséria, com taxa de desemprego de 14,6% e subutilização de 29,3% da mão de obra. A subutilização soma desempregados, pessoas que gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais e quem tinha potencial para trabalhar.
A taxa de desemprego ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas registrou aumento de 1,7 ponto percentual, em relação ao mesmo período do ano passado (12,9%), quando o país começava a sentir os efeitos da pandemia.
O INPC em maio foi de 0,96%, maior variação para um mês de maio desde 2016, quando o índice foi de 0,98%. No ano, o indicador acumulou até maio alta de 3,33% e, nos últimos doze meses, de 8,9%.