Seis pessoas foram indiciadas nesta quarta-feira (10) pela PF (Polícia Federal) em Minas Gerais sob suspeita de crimes relacionados a vazamentos feitos por dois policiais a advogados e clientes sobre operações da própria PF. Entre eles está a irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, indiciada sob suspeita de obstrução de justiça, segundo a PF, por ter tido acesso a informações que impediram ou embaraçaram investigações relacionadas a organizações criminosas – algumas das operações envolviam o irmão – e se beneficiado delas.
Na casa de Andrea foram encontrados documentos internos da PF, inclusive ligados à “Operação Capitu”, que apurou esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo Dilma Rousseff (PT).
Andrea chegou a ser presa por alguns dias em 2017 pela PF, denunciada por corrupção passiva com base na delação do empresário Joesley Batista, da JBS.
Por meio de nota, o advogado de Andrea Neves, Fábio Tofic, diz que a cliente nunca solicitou documentos ou teve qualquer contato com agente público e que os documentos encontrados na casa dela já haviam sido divulgados pela imprensa.
“Sendo, portanto, estapafúrdia a hipótese de que poderiam ser usados para qualquer ato de obstrução de justiça”, diz a nota.
O inquérito foi encaminhado à 4ª Vara Federal de Minas e ao Ministério Público Federal, que decide sobre a denúncia contra os indiciados.