O desembargador Jairo Ferreira Júnior, do Tribunal de Justiça de Goiás, negou liminarmente ontem pedido para libertar João de Deus.
O habeas corpus foi apresentado na véspera pelo advogado Alberto Toron, que representa o médium, suspeito de abusar sexualmente de mulheres.
O advogado informou que, como “apenas a liminar foi apreciada e negada”, o julgamento final do habeas corpus deverá se dar após o recesso do Judiciário.
“Discordamos da decisão e vamos recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
João de Deus está preso desde o domingo no núcleo de custódia do complexo de Aparecida de Goiânia.
O conteúdo da decisão não foi divulgado, pois o processo é sigiloso.
O médium se dedicava há 63 anos às chamadas atividades de cura espiritual. Ele diz ter descoberto um dom ainda aos oito anos de idade, ao prever a ocorrência de uma chuva.
As atividades na casa dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, foram iniciadas há cerca de 45 anos.
Até as denúncias de violações sexuais, passavam por lá cerca de cinco mil pessoas por semana. A estrutura é mantida por voluntários e, nas contas de João de Deus, 100 funcionários.
BUSCA E APREENSÃO
Policiais realizam ontem uma operação de busca e apreensão na Casa Dom Inácio de Loyola. Cerca de 18 policiais chegaram ao local por volta das 14h30 e anunciaram a busca a funcionários da instituição.
As buscas visam apreender mídias, como celulares e computadores, e outros eventuais materiais que comprovem a prática de crimes sob investigação.
O objetivo também é identificar funcionários que possam testemunhar nos inquéritos e conhecer o local onde, segundo as vítimas, ocorriam os abusos.