Diante de índices de vacinação abaixo da meta, três sociedades médicas divulgaram um manifesto para chamar a atenção da população para a campanha nacional de imunização contra a poliomielite e o sarampo.
O texto é assinado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), pela de Imunizações (SBIm) e pela de Infectologia (SBI), com apoio do Rotary Internacional. As entidades alertam para o risco de reintrodução das doenças.
A campanha acontecerá em todo o país nos dias 6 a 31 de agosto e tem como público-alvo as crianças de um a cinco anos de idade ou aquelas que deixaram de receber a dose na idade adequada.
O Brasil enfrenta atualmente surtos de sarampo no Amazonas e em Roraima, de vírus que circula na Venezuela.
Há ainda casos, segundo o ministério isolados, nos estados de São Paulo (1), Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Rondônia (1) e Pará (2). Se houver transmissão do vírus por 12 meses dentro do território nacional, o Brasil perde o certificado internacional de eliminação da doença, obtido em 2016.
Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, a Casa Civil convocou uma reunião com diversos ministérios para ampliar a mobilização contra a doença. Para ampliar a cobertura vacinal, ela defendeu estratégias como vacinação casa a casa, abertura de postos de saúde em horários alternativos, participação de agentes comunitários e parcerias com escolas.
Domingues rebateu as críticas de municípios que creditam os baixos índices de imunização a problemas de transmissão de dados para um novo sistema do Ministério da Saúde. Em 2017, a cobertura vacinal do sarampo em todo o país alcançou 83% do público-alvo (primeira dose) e 71% (segunda dose). A meta era de 95%.