segunda-feira, 30 junho 2025

Moro monta estratégia com oposição a Lula para tentar driblar isolamento

Moro já começou a procurar possíveis aliados na semana passada, entre eles o líder do governo, Carlos Portinho (PL-RJ), para tratar de um bloco de oposição a Lula 

O senador eleito Sergio Moro (União-PR) deve enfrentar dificuldades no Senado. Parlamentares críticos à Operação Lava Jato querem impedir o ex-juiz, responsável pela condenação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ocupar espaços estratégicos em comissões e relatorias. 

Sabendo disso, Moro já começou a procurar possíveis aliados na semana passada, entre eles o líder do governo, Carlos Portinho (PL-RJ), para tratar de um bloco de oposição a Lula. No encontro, Portinho sugeriu que Moro dispute a presidência da CCJ. Isso colocaria o ex-juiz em rota de colisão com Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente do colegiado. Moro também se reuniu com alguns de seus correligionários, como Soraya Thronicke (MS) e Efraim Filho (PB)

MAL-ESTAR. Moro enfrenta resistência em sua própria legenda. De acordo com aliados, o presidente do União, Luciano Bivar, guarda mágoa por não ter sido comunicado de antemão que o ex-ministro atuaria como conselheiro de Jair Bolsonaro (PL) na campanha. Bivar é defensor da aliança com Lula, assim como Alcolumbre.

SUSTO. Em seu giro pelo Congresso, Moro também procurou membros do Podemos, seu antigo partido. A informação levantou o boato de que Moro tentaria voltar para a legenda, o que ele nega Nomes como Jorge Kajuru (GO) ameaçaram até se desfiliar.

ESPERANÇA. Próximo a Moro, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) minimiza o desgaste, que classifica como um “resquício da disputa eleitoral”, e diz que a reaproximação do ex-juiz é questão de tempo porque há convergência de ideias.

TROCA. O deputado bolsonarista Pedro Lupion (PP-PR) deve assumir o comando da bancada ruralista a partir do próximo ano. Lupion tem prometido fazer oposição ao governo Lula, mas admite, em caráter reservado, que a frente parlamentar precisará ter interlocução com a nova gestão.

PRÓXIMOS PASSOS. Coordenador do grupo temático sobre indústria na transição, Germano Rigotto (MDB) afirma que a reindustrialização tem que passar por uma revisão dos custos internos, como o tributário, via reforma, mas não só isso. “É preciso ressuscitar uma política industrial”, afirma.

FINANCIAMENTO. Rigotto defende que o BNDES volte a ser mais atuante, mas rejeita a retomada da política dos campeões nacionais. Para ele, o foco deve ser em pequenas e médias empresas, algo que Lula também tem dito.

DE OLHO. O meio jurídico aposta que Lula poderá indicar três – e não apenas dois – ministros ao STF. Isso porque o ministro Luís Roberto Barroso já disse a amigos que pretende se aposentar antecipadamente, depois de finalizar seu período como presidente do tribunal. Ele assume o comando da Corte em outubro de 2023, quando Rosa Weber se aposentar, e tem mandato de dois anos.

VOLTA. O ex-senador e ex-governador Jorge Viana (PT-AC) deve ser anunciado como membro da equipe de transição na área de meio ambiente. 

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