sexta-feira, 26 julho 2024

‘Não vai ter golpe’, diz Augusto Aras

Procurador-geral afirma que ataques de Bolsonaro à democracia não passam de “retórica”

DECLARAÇÃO | O procurador-geral Augusto Aras, que minimiza ataques de Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse nesta quarta-feira (17) à jornalista Carolina Brígido, do UOL, que existe “zero risco” de um candidato derrotado nas urnas nas eleições de outubro não aceitar o resultado. “Não vai ter golpe”, declarou.

Segundo Aras, não passa de retórica o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o sistema eleitoral brasileiro não é confiável e, por isso, o resultado das eleições pode ser fraudado. “É a retórica. Eu sou o primeiro procurador-geral da República que vem falar sobre linguística. O ato de comprar uma faca ou um revólver e dizer ‘eu vou matar Joãozinho amanhã’ não é crime. As meras lucubrações, ainda que se manifeste para o seu vizinho, não corresponde a nenhum crime”, declarou.

Questionado se as falas reiteradas de Bolsonaro o preocupam, Aras respondeu: “Não, nem me passa pela cabeça”. Segundo Aras, não vai ter golpe porque “as instituições brasileiras estão todas trabalhando para que as eleições se realizem em clima de normalidade”.

Aras disse, ainda, que a cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), realizada na terça-feira (16), foi normal. “Enquanto a imprensa pode extrair dos discursos agressão e violência, o velho professor aqui não vê nada de mais. É do jogo da política aquilo. A linguagem especulativa de vocês (imprensa) tem limite”, afirmou.

O procurador-geral minimizou o fato de Bolsonaro não ter aplaudido Moraes quando o ministro defendeu a urna eletrônica. Para Aras, os aplausos a Alexandre de Moraes podem ter muitos significados e podem ser ouvidos como “estamos com você e queremos paz”. Aras avaliou o evento como “um abraço do Brasil”.

Na conversa, o procurador-geral reclamou das críticas que vem recebendo desde que assumiu o comando do Ministério Público Federal. “Eu me sinto incompreendido, mas sei que essa compreensão virá na história. Se fará justiça a mim.”

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