Novo sistema de pagamentos instantâneos que entrará em vigor em 16 de novembro, o Pix será gratuito para pessoas físicas, disse nesta quinta-feira (20) o diretor da Organização do Sistema Financeiro do BC (Banco Central), João Manoel de Mello. Ele negou que a gratuidade represente um tabelamento por parte da autoridade monetária.
“Isso [a gratuidade do Pix para pessoas físicas] não significa de modo algum que haja movimento de tabelamento por parte do Banco Central. Há diversos outros pontos do ecossistema abertos a todos os provedores de serviços de pagamento com capacidade de remuneração”, disse o diretor na abertura de um fórum promovido pelo BC para discutir a adoção do novo sistema.
Segundo Mello, o BC editará uma norma específica para detalhar onde o uso do Pix pode ser tarifado para pessoas jurídicas. Ele não deu prazos para a publicação da regra, mas disse que a demora na regulamentação está causando ansiedade nos operadores de mercado.
O diretor informou ser importante levar em conta que existem meios eletrônicos de pagamento semelhantes funcionam sem cobrança de tarifa para pessoas físicas.
De acordo com ele, a regulação do BC apenas procurará dar tratamento igual aos diversos sistemas de pagamento.
Conforme a autoridade monetária, o Pix custa R$ 0,01 para cada dez transações, mas o custo será assumido pelas pessoas jurídicas que aderirem ao sistema.
O diretor anunciou que o BC está prestes a fechar convênios para que entes do governo aceitem pagamentos pelo Pix.
Segundo Mello, as conversas com o Tesouro Nacional e com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) estão em fase avançada. Para ele, o pagamento de faturas de serviços básicos ajudará a popularizar o sistema.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse, em discurso rápido no evento ontem, que o Pix representa uma semente de várias iniciativas que pretendem ampliar a democratização digital e acrescentou que a ferramenta revolucionará a intermediação financeira no País.
SAIBA MAIS SOBRE O PIX
- Nova ferramenta que funcionará 24 horas por dia reduz o tempo de liquidação de pagamentos entre estabelecimentos com conta em bancos e instituições diferentes, o Pixen trará em operação em 16 de novembro.
- O cadastro das Chaves Pix– combinação com telefone celular, CPF, CNPJ e e-mail necessária para operar a carteira digital – começará em 5 de outubro. As datas foram anunciadas no fim de julho. • As transações poderão ser feitas por meio de QR Code (versão avançada do código de barras lida pela câmera do celular) ou com base na chave cadastrada.
- O Pix trará agilidade em relação a sistemas atuais de pagamento, como a transferência eletrônica disponível (TED), que leva até duas horas para ser compensada, e o documento de ordem de crédito (DOC), liquidado apenas no dia útil seguinte.
- No caso de empresas, a plataforma traz vantagens em relação ao pagamento por cartão de débito. Isso porque o consumidor pagante não precisará ter conta em banco, como ocorre com os cartões. Bastará abastecer a carteira digital do Pix para enviar e receber dinheiro.
Fonte: Banco Central | Agência Brasil