quarta-feira, 24 abril 2024

Óleo no mar: Greenpeace faz protesto em Brasília

Integrantes da ONG Greenpeace fizeram, na manhã desta quarta-feira (23), um protesto em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, contra as manchas de óleo que já chegaram ao menos 200 pontos do litoral do Nordeste. 

Os manifestantes simularam um derramamento de petróleo no calçadão do palácio, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) despacha. Ainda que o protesto tenha sido pacífico, 19 ativistas foram detidos no gramado em frente ao Congresso Nacional e levados ao 5º DP da capital federal para averiguação. 

Após algumas horas, foram liberados. Segundo a ONG, a polícia não divulgou por que o grupo foi detido. “No final da manifestação, negociamos a nossa saída. Saímos do local do protesto em fila indiana. Quando o grupo já estava indo embora, acabou sendo detido pela Polícia Militar”, disse Tica Minami, diretora de Campanhas do Greenpeace Brasil. Ela afirma que os ativistas não resistiram à abordagem da Polícia Militar. Os ativistas montaram instalações no calçadão do palácio que lembravam tanto os incêndios recentes que destruíram a Amazônia como o vazamento de óleo que vem se alastrando pela costa brasileira. 

Para formar as poças de petróleo, os ativistas despejaram no chão um líquido feito com uma mistura de amido de milho, farinha de tapioca, óleo de amêndoas, água e corante. Segundo a ONG, a substância pode ser facilmente retirada com água. 

O presidente interino, Hamilton Mourão, criticou a atitude dos manifestantes. “Vou convidar o Greenpeace para recolher óleo lá em vez de jogar óleo aqui, pô”, afirmou em tom de brincadeira. 

Ele disse compreender os protestos como parte da democracia, mas afirmou que eles deveriam ser feitos “sem fechar o trânsito”. “A única coisa que eu acho é que você poderia fazer é sem bloquear o trânsito, para não impedir o ir e vir das pessoas”, disse. 

Em seu portal, a ONG disse que o ato chamou atenção para a lentidão do governo federal em resolver o problema, um reflexo “do desmonte ambiental promovido pelo governo e que mantém o Brasil no centro das atenções de descasos com o meio ambiente”. “Em vez de combater e liderar o desastre ambiental, o governo sai em tour pela Ásia”, afirmou Minami em referência à viagem de Bolsonaro ao Japão. 

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