O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, afirmou ontem (29) que seu adversário Jair Bolsonaro, do PSL, é mal preparado para administrar o país e o comparou ao ditador alemão Adolf Hitler.
Segundo ele, o capitão reformado faz uma “simplificação grosseira” ao criminalizar movimentos sociais e fala uma “imensa baboseira” ao se referir aos homossexuais. “Ele é um mistificador, perigoso, fascista. É um projetinho de Hilterzinho tropical e muito mal preparado, porque o Hitler, pelo menos, era um intelectual razoável”, disse.
Ciro afirmou que o fim dos subsídios agrícolas, sugerido pelo economista Paulo Guedes, vai acabar com o setor do agronegócio em 12 meses e que Bolsonaro estimula estigmas contra setores da sociedade. Ele citou, por exemplo, a crítica feita pelo adversário de que o conteúdo contra a homofobia ensinado nas escolas brasileiras pode levar os meninos a brincarem de boneca. “Isso é uma grande baboseira, uma imensa baboseira que vai predispondo o estigma contra pessoas que, só por uma orientação sexual diferente, amam diferente do tradicional. O que nós temos com isso?”.
Ciro afirmou que brincaria normalmente de boneca com seu filho caçula Gael, de dois anos, uma vez que, segundo ele, nenhuma criança vai afirmar a sua orientação sexual por causa de um brinquedo. “Tenho um filho de 2 anos e, se ele ficar brincando com a boneca, eu brinco junto. Qual é o problema? Ou alguém acha que alguém vai afirmar a sua orientação sexual por causa de um brinquedo? Isso é de uma ignorância estapafúrdia”, disse.
O candidato disse ainda que, com a candidatura de Bolsonaro, tornou-se importante reafirmar a democracia no país e que quer distância de uma parcela dos eleitores que declaram voto no capitão da reforma.
“O Brasil tem uma fração da população que vive com uma pedra no coração. São egoístas e estão pouco se lixando com desempregados e com mulheres que foram estupradas. Quantos desses estupros ocorreram porque o cara está escorado em um candidato popular?”, questionou. Ciro participou de encontro promovido, em Brasília, pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior).