Nesta terça-feira, 25, a gasolina da estatal estava 12,27% ou R$ 0,46 por litro mais barata que os preços internacionais
A Petrobras vende gasolina nas refinarias abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI) há seis semanas e o diesel há quatro, aponta o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Nesta terça-feira, 25, a gasolina da estatal estava 12,27% ou R$ 0,46 por litro mais barata que os preços internacionais. O diesel segue 14,13% ou R$ 0,80 por litro abaixo do PPI. Na média da semana passada, a defasagem da gasolina ficou em 8,03% e, a do diesel, 13,55%.
Este mês, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, afirmou que a atuação da estatal está dentro dos limites da sua política de preços. Segundo o dirigente, os cálculos de defasagem variam de acordo com o volume e escala considerado por cada empresa ou analista.
Borges reconheceu que a companhia reduziu preços em velocidade maior do que considera para elevar preços, o que ainda não ocorreu na gestão de Caio Paes de Andrade. Sob a presidência de Paes de Andrade, foram quatro reduções seguidas na gasolina e três no diesel até o início de setembro, quando os preços internacionais dos derivados mudaram.
A defasagem ocorre porque desde setembro as cotações internacionais do petróleo e derivados voltaram a subir, devido a cortes na oferta por países produtores reunidos na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Também piorou o abastecimento na Europa, por causa da guerra na Ucrânia. Para o CBIE, há tendência a aumento nessa diferença de preços entre o Brasil e o exterior.
Além de reduzir receitas, a prática de adiar reajustes inibe importadores, que teriam prejuízo em suas operações. No limite, pode dificultar o abastecimento do País, caso os volumes estocados pelos agentes de mercado sejam consumidos. O Brasil importa entre 20% e 30% do diesel que consome e cerca de 5% da gasolina.
As informações constam em relatório divulgado pela consultoria chefiada pelo economista e consultor em óleo e gás Adriano Pires O documento inaugura a divulgação, pelo CBIE, da média da defasagem ou ágio semanal e uma série histórica que permite avaliar a dinâmica dos preços no ano.