A economia brasileira registrou retração inédita de 9,7% no segundo trimestre de 2020 na comparação com os três meses anteriores, segundo dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta terça-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse foi o período mais intenso dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, como mostraram também dados de outros países. A expectativa é que a economia tenha voltado a crescer no terceiro trimestre, mas há dúvidas sobre o ritmo de recuperação.
Em relação ao mesmo período de 2019, o PIB caiu 11,4%. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996, segundo o IBGE.
O IBGE também revisou o resultado do primeiro trimestre de uma queda de 1,5% para retração de 2,5%.
Com essas duas quedas, o PIB está no mesmo patamar do final de 2009, segundo o IBGE, auge dos impactos da crise global provocada pela onda de quebras na economia americana.
Segundo dados compilados pela OCDE, entre quase 30 economias que já divulgaram o resultado do segundo trimestre, a retração do PIB ficou em 9,5% na média.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (1º) que a economia brasileira está em processo de recuperação “em V”. Recuperação em V é um termo usado por economistas para relatar uma retomada intensa depois de uma queda vertiginosa.
Ele destacou que a queda de 9,7% “é um som distante”. “Isso é o som daquele impacto da pandemia lá atrás, e é onde o Brasil ficaria caso não tivéssemos feito exatamente todas as medidas que fizemos. Com essas medidas que fizemos, conseguimos criar uma volta em V, a economia está voltando em V”, ressaltou Guedes.