quarta-feira, 9 outubro 2024

Polícia prende pedagoga de escola em que crianças eram amarradas com lençol

Segundo a polícia, a pedagoga se entregou sem resistir ao ser comunicada sobre o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça 

Ela foi encaminhada para a cadeia pública de Itaquaquecetuba (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (25) uma das proprietárias da Escola de Ensino Infantil Colmeia Mágica, localizada na zona leste paulistana. A pedagoga Fernanda Carolina Rossi Serme, 37, foi presa em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.

Ela e a irmã, Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, 40, que é diretora da Colmeia Mágica, são investigadas por maus-tratos e tortura contra crianças após vídeos de alunos amarrados com lençóis no banheiro da escola terem sido compartilhados nas redes sociais.

Segundo a polícia, a pedagoga se entregou sem resistir ao ser comunicada sobre o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça. Ela foi encaminhada para a cadeia pública de Itaquaquecetuba.

Os vídeos que mostram as crianças amarradas foram feitos com um celular. Após a repercussão das imagens, investigadores da Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas), da 8ª Delegacia Seccional, cumpriram mandado de busca e apreensão na escola e apreenderam sete lençóis, supostamente usados para restringir o movimento das crianças, além dos celulares das responsáveis pela instituição de ensino.

As suspeitas, em depoimento na ocasião, negaram conhecimento sobre as situações vexatórias das crianças veiculadas na internet. À polícia, ambas reconheceram o banheiro como sendo da instituição de ensino. Cerca de 20 pessoas foram ouvidas, entre funcionários e pais de alunos.

Professoras e ex-professoras da Colmeia Mágica afirmaram à polícia, segundo registros da Promotoria, que crianças eram colocadas em bebês-conforto, dentro do banheiro, e amarradas com lençóis, quando choravam com insistência. Elas relatam que, para abafar o choro, por vezes eram colocados cobertores na cabeça dos bebês, e a porta era fechada.

A prática ocorria, ainda segundo funcionárias, por suposta orientação da direção da escola.

As suspeitas negam qualquer envolvimento ou conhecimento dos maus-tratos. O advogado André Dias afirmou à Folha, em março, que o colégio buscava descobrir quem fez as gravações e colocou as crianças naquela situação.

Em 2010, a diretora da Colmeia Mágica foi investigada pela morte de uma criança sob seus cuidados.

O advogado da escola confirmou o caso, acrescentando que ele foi arquivado. A Folha apurou que o processo, de fato, não tramita mais na Justiça.


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