A Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão para averiguar os fatos.
A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo afastou um professor de história da Escola Estadual Amaral Vagner, em Santo André (SP), que apareceu circulando no pátio da escola vestido com roupas semelhantes à do grupo supremacista Ku Klux Klan. Ele foi filmado por um dos alunos.
A pasta informou ainda que iniciou os trâmites para afastamento imediato do professor envolvido, que é efetivo, até o término da apuração e “não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial”. A Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão para averiguar os fatos.
Em nota publicada nas redes sociais da Atlética da instituição, o grupo informou que o incidente aconteceu no dia 8 de dezembro, durante o último dia da Semana Temática e da Olimpíada, onde os alunos do terceiro ano podiam escolher uma fantasia para participar do Desfile de Fantasia. Professores e funcionários da escola também puderam participar.
“Um professor de história, sem o conhecimento do Grêmio, da Atlética, ou da escola, se vestiu com uma fantasia que fazia alusão ao grupo terrorista Ku Klux Klan. No mesmo instante que o professor adentrou a quadra, local onde ocorreria o desfile com tal vestimenta, foi vaiado e retirado da quadra pelos estudantes e membros do Grêmio e Atlética que estavam presentes na hora do ocorrido, tirando a fantasia e foi encaminhado a direção escolar”, diz o comunicado.
O grupo ressaltou que não compactuam com a atitude do docente e repudiam qualquer tipo de preconceito. A reportagem tentou contato com a escola, mas não conseguiu.
Na página da coordenação da escola, o diretor e professor Wagner Luiz Bonifácio dos Santos publicou uma carta de retratação se desculpando com “toda comunidade da escola e também a aqueles que possam se sentir ofendido pelo traje usado por um de nossos professores em tal evento e esclarecemos que não compactuamos com nenhuma manifestação de incitação a discurso de ódio ou permitimos em nossa unidade escolar a apologia de segregação a qualquer tipo grupo étnico, crença, gênero ou classe social”.
Na carta, ele explica que o professor reconheceu que “sua ação foi infeliz” e que o mesmo enviou uma carta à direção da escola com um pedido formal de retratação. Ele também se desculpou durante uma reunião no Conselho Escolar, no sábado (18).
Na segunda-feira (20), após uma reunião do Conselho de Classe, o diretor afirmou que o episódio fez a escola perceber a necessidade de trabalhar a temática da educação étnico-raciais. Ficou decidido que a partir do ano que vem serão inseridos temas de ações antirracistas, “de forma gradual e contínua em nossos projetos permanentes”.
Na redes sociais, há convocação de um protesto a ser realizado na frente da escola na tarde desta quarta (22), cobrando um punição para o envolvido no caso.