O município de Sumaré começa a executar um projeto que prevê, em cinco anos, a universalização dos serviços públicos de saneamento. Já foi feita a terraplanagem de 20 mil metros quadrados de terreno às margens do Córrego Tijuco Preto, na Área Cura, para a instalação de uma estação de tratamento de esgoto.
Além disso, a BRK Ambiental – responsável pela administração terceirizada do setor – espera a indicação de um terreno público, próximo ao limite com Nova Odessa, para a instalação de uma segunda estação de tratamento de porte. A cidade, então, estará tratando todo o esgoto que produz. A reportagem questionou a prefeitura sobre o assunto, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
Na verdade, Sumaré corre contra o tempo e tenta alcançar um patamar onde já estão as vizinhas. Levantamento divulgado na semana passada pela ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) revelou que Paulínia, Hortolândia, Nova Odessa já alcançaram a meta. Americana e Santa Bárbara – que concluem novas estações – também vão encerrar o ano na faixa dos mais eficientes municípios brasileiros no setor.
A concessionária BRK, que só aguarda a anuência da prefeitura para começar as obras, pretende tratar na ETE Tijuco Preto todo o esgoto lançado hoje na bacia do mesmo nome, formada pelas regiões do Matão e da Área Cura. Com investimento da ordem de R$ 60 milhões, a estrutura vai elevar o índice de tratamento de esgoto do município dos atuais 30% para 65%. As obras de terraplenagem já estão concluídas.
Em entrevista ao TodoDia, o diretor Fernando Mangabeira explicou que a ETE, dotada de tecnologia de ponta, permitirá o tratamento do esgoto no nível terciário, que usa as técnicas mais avançadas para a desinfecção da água, remoção de nutrientes e filtração final. Não vai haver odor algum nos bairros ao redor da estação.
Além da ETE, também está prevista a implantação de 12 quilômetros de coletores para transportar o efluente até essa estação. “Em 2022 o sistema deve estar funcionando plenamente”, aposta o diretor.
NOVA ERA
A BRK – concessionária que há cinco anos atua em Sumaré – ainda espera investir outros R$ 100 milhões na construção de um segunda ETE, às margens do Ribeirão Quilombo. Ela será capaz de tratar 600 litros de efluentes por segundo e vai universalizar o esgotamento sanitário da cidade.
Segundo Mangabeira, os dois sistemas, ativos, vão mudar radicalmente o status de uma cidade que, hoje em dia, depende do tratamento feito em 20 pequenas estações, espalhadas por toda a urbe.
Ele afirma que, ao longo do contrato de concessão, desde 2015, a empresa conseguiu expandir de tratamento de esgoto de 14% para próximo de 30%, investindo na manutenção e na eficiência da estrutura que já existia.
No período, diz, Sumaré recebeu R$ 111 milhões para a expansão dos serviços de saneamento básico da cidade, que possibilitaram, além do avanço no tratamento de esgoto, a instalação de 22 quilômetros de novas redes e adutoras foram e o aumento na produção de água de 720 litros 1.140 litros por segundo.