sábado, 5 outubro 2024

Queiroga diz que ministério só decide vacinação em crianças em 5 de janeiro

 Ministro fala em “tema sensível” e “análise mais aprofundada” antes de dar a palavra final sobre o caso

Anúncio | O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista coletiva ontem (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Apesar da autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, o Ministério da Saúde decidiu estabelecer um procedimento mais longo para autorizar a imunização desse público e só vai anunciar a decisão sobre o assunto em 5 de janeiro.

Segundo o ministro Marcelo Queiroga (Saúde), o prazo mais extenso é importante por se tratar de um “tema sensível”.

“A Anvisa, através de uma decisão de uma gerência própria, incluiu a vacina da Pfizer para aplicação em crianças na faixa etária entre 5 e 11 anos”, disse. Mas, segundo Queiroga, a “introdução desse produto no âmbito de uma política pública requer uma análise mais aprofundada” do ministério.

Em 22 de dezembro a Cetai (Câmara Assessora de Imunizantes) vai “oferecer suas opiniões e seu documento técnico” e, em 4 de janeiro, haverá uma audiência pública para discutir o tema. Só no dia seguinte o ministério anunciará sua decisão final a respeito da vacinação em crianças.

A Anvisa autorizou o uso da vacina da Pfizer em crianças dessa faixa etária na quinta-feira (16). Até então, o modelo da fabricante tinha o uso permitido no país apenas em pessoas com mais de 12 anos.

Apesar da liberação, o início da vacinação não pode ocorrer imediatamente porque o Ministério da Saúde ainda não solicitou a compra de doses específicas para a faixa etária. A previsão é imunizar 70 milhões de crianças.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que sempre criticou a vacina contra a Covid e tentou barrar a imunização de menores de 18 anos, disse nesta quinta que pretendia divulgar o nome dos técnicos “para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e obviamente forme seu juízo”.

Pelo menos duas ameaças foram enviadas à Anvisa contra diretores e técnicos do órgão de grupos contrários à vacinação das crianças. No primeiro caso, o autor foi identificado e levado a depor.

Os responsáveis por aprovar a vacinação de crianças repudiaram qualquer tipo de ameaça.

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