De acordo com a prefeitura, os pacientes incluídos nessa porcentagem não tomaram nenhuma dose da vacina
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira (6) que 95% das internações na cidade por covid-19 são de pessoas que não se vacinaram contra a doença sequer com a primeira dose. A informação foi disponibilizada pelas redes sociais e confirmada em entrevista do prefeito Eduardo Paes (PSD) e do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
“A situação que merece atenção é que 5% das pessoas que internam tomaram pelo menos uma dose da vacina. 95% que internaram são que não se vacinaram”, disse Soranz.
A reportagem entrou em contato com a secretaria para esclarecer se o dado é referente a novas internações ou ao total de internados na cidade. A prefeitura também não informou a idade desses pacientes.
Veja a postagem da Prefeitura do Rio em sua contar no Twitter:
95% das pessoas que são internadas com Covid-19 não tomaram nenhuma dose da vacina.
Tentando entender como ainda tem gente que se recusa a se vacinar, mas falhei miseravelmente.
Tá esperando o quê para se proteger?
Vacina salva vidas! #SóVem ? pic.twitter.com/tRbS3PdFSL
— Prefeitura do Rio (@Prefeitura_Rio) August 6, 2021
“Só 5% de casos de internação são de pessoas que se vacinaram. Está sendo internado quem não tomou a primeira dose. Isso reforça a importância de se vacinar”, disse Paes.
Na entrevista, também foi informado um aumento no número de casos de covid-19, o que pode retardar a programação de reabertura divulgada na última semana pelo prefeito. Os números exatos não foram divulgados, mas o gráfico apresentado do boletim epidemiológico mostra um aumento da casa dos 5.000 novos casos por semana para 6.000.
A preocupação é com o avanço da variante delta do novo coronavírus, que segundo levantamento recente já corresponde a 45% dos casos.
“Pequeno aumento importante é um grande aumento. Temos tido nessa semana e no fim da semana passada um aumento do número de casos de novo. A gente vinha tendo redução. Isso é basicamente fruto da variante delta”, disse Paes.
Até agora a única pessoa que morreu pela variante delta no Rio foi uma idosa que escolheu não se vacinar. O prefeito admitiu que errou na comunicação do plano de flexibilização feito na semana passada, que prevê até mesmo a liberação do uso de máscaras dentro de poucos meses. Segundo ele, a intenção não era fazer um “oba-oba”, mas sim sinalizar para uma melhora no futuro.
“Eu quero olhar pra frente, a gente precisa se programar. Mas isso não quer dizer que tenhamos tudo resolvido [neste momento]”, pontuou. “Se for preciso, a gente faz mais restrição. Se necessário for, não terei o menor temor em voltar atrás.”
Preocupação com a variante delta
Segundo o secretário de Saúde, o aumento de casos na cidade está relacionado à variante delta, identificada primeiramente na Índia e que já é dominante em diversos países do mundo.
“A variante delta, em nossa estimativa, corresponde a 45% dos casos no Rio. É claro que, como em outros países, a variante delta transmite com muito mais velocidade e muito provavelmente a maioria de casos hoje que representa esse crescimento podem ser atribuídos à variante delta”, disse.
A delta é considerada mais transmissível do que as demais variantes, mas ainda não há confirmação se ela provoca sintomas mais graves da doença. A resposta imunológica com a aplicação das vacinas em uso contra a covid-19 diante da delta ainda passa por estudos, mas resultados preliminares indicam que a imunização completa oferece boa proteção.