sábado, 5 outubro 2024
DÍVIDAS

Rombo Bilionário: Fraudes contábeis do Grupo Americanas superaram os R$ 25 bilhões

Os ex-diretores da companhia estão sob investigação da Polícia Federal
Por
Felipe Gomes
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

O Grupo Americanas, um dos nomes mais famosos do comércio varejista do Brasil, com quase cem anos de trajetória, surpreendeu o país ao revelar, em janeiro de 2023, uma situação de “inconsistências contábeis” que ultrapassam os R$20 bilhões. Esses rombos bilionários eram desconhecidos pelos investidores, fornecedores, credores, funcionários e pela sociedade em geral.

Uma investigação interna da área de contabilidade da empresa, descobriu que operações de financiamento de compras no valor aproximado de R$20 bilhões levaram a Americanas a acumular dívidas com instituições financeiras. No entanto, essas dívidas não estavam devidamente registradas na conta de fornecedores nos demonstrativos financeiros da companhia.

Após o anúncio dessas irregularidades, o Grupo Americanas solicitou recuperação judicial para se proteger das cobranças imediatas e resguardar seus negócios
Mais tarde, a empresa revelou que as inconsistências eram resultado de fraudes. Uma auditoria independente apontou que a antiga diretoria da Americanas manipulou dados contábeis em cerca de R$25,3 bilhões.

Segundo as investigações, foram identificados contratos fictícios de verbas de propaganda cooperada (VPC) que foram criados artificialmente para melhorar os resultados operacionais da empresa. Esses valores eram lançados na contabilidade como forma de reduzir custos, mas na realidade não havia contratos efetivos com fornecedores para tais serviços.

Além disso, foram detectadas operações arriscadas de risco, envolvendo antecipação de pagamentos aos fornecedores por meio de empréstimos bancários. Essas operações não eram adequadamente registradas na contabilidade da empresa, ocultando bilhões em dívidas.

A empresa admitiu que também houve lançamentos incorretos na conta de fornecedores relacionados a juros sobre operações financeiras.

Os ex-diretores da companhia estão sob investigação da Polícia Federal. Dois deles tiveram prisão preventiva decretada e posteriormente convertida em medida cautelar para evitar que deixem o país.
De acordo com o relatório final da CPI instalada na Câmara dos Deputados para investigar o caso, a dívida da empresa com credores ultrapassava os R$ 42 bilhões após considerar as inconsistências contábeis.

Com informações da Agência Brasil

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