quarta-feira, 5 fevereiro 2025

STJ manda soltar Galo, que assumiu atear fogo na estátua de Borba Gato

Decisão sai após o Tribunal de Justiça de São Paulo negar habeas corpus  

A estátua do bandeirante Borba Gato foi queimada durante protesto no dia 24 de julho – Reprodução

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) mandou soltar nesta quinta-feira (5) o entregador de aplicativos Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo. O ativista se apresentou ao 11º Distrito Policial na quarta-feira (29) e assumiu ser um dos autores do incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato em Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

“Saiu a liminar (determinando a soltura), mas só temos um problema, porque o delegado acabou de pedir a prisão preventiva, então estamos correndo com isso”, disse o advogado Jacob Filho, que participa da defesa de Galo. No domingo (1), a defesa teve o pedido de habeas corpus negado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Géssica de Paula Silva se apresentou voluntariamente à polícia com o companheiro Galo, mas negou participação no incêndio. “Estava na minha casa, cuidando da minha filha de 3 anos e do meu irmão, de 9 anos”, disse.

Presa por dois dias, ela teve a prisão revogada na última sexta (30) após a Justiça revogar sua prisão temporária. A decisão se baseou no rastreamento do aparelho telefônico, que constatou que ela estava dentro de casa no dia do ato, ocorrido no último dia 24.

Entre as justificativas oferecidas no habeas corpus de Galo, a defesa afirmou que o entregador colaborou com as investigações e que Galo não possui antecedentes criminais. O pedido também apontou que a prisão foi “política fundada da criminalização de movimentos sociais, expressa na fundamentação da decisão combatida”.

Entregadores Antifascistas

Morador do Jardim Guaruau, na zona Oeste da capital, Galo ganhou o apelido por conta de uma moto 7 Galo que usava para trabalhar como motoboy. Em março de 2020, começou a denunciar as condições de trabalho da categoria durante a pandemia, de onde surgiu o coletivo Entregadores Antifascistas, e a pedir a disponibilização de comida e kit higiene à categoria.

“Convidei os caras para ir até uma manifestação de domingo, para a gente observar e aprender junto como se constrói um ato junto com a galera do movimento negro para, quem sabe, um dia, a gente ter um ato grandão só nosso para falar das nossas pautas”, declarou ao UOL em entrevista no ano passado.

Sobre a ação do dia 24 de julho, Galo afirmou que seu o objetivo era abrir debate sobre o monumento a um “genocida e abusador de mulheres”. “O ato foi para abrir um debate. Em nenhum momento, foi feito para machucar alguém ou querer causar pânico. Que as pessoas agora decidam se querem ter uma estátua de 13 metros de altura que homenageia um genocida e um abusador de mulheres”, disse o entregador, na semana passada.

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