terça-feira, 16 abril 2024

Supremo barra showmícios, mas libera artistas em eventos de arrecadação

 
O debate foi suscitado por uma ação ajuizada em 2018 por PSB, PSOL e PT, que questionaram lei de 2006 que vetou “a realização de showmício” e a apresentação, “remunerada ou não”, de artistas para animar comícios e reuniões eleitorais

Maioria | Julgamento no STF foi retomado nesta quinta-feira (Foto: Nelson Jr/ STF)

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria nesta quinta-feira (7) para manter a proibição aos showmícios nas eleições. Seis dos dez ministros que compõem atualmente a corte se manifestaram nessa linha. Prevalece também, até o momento, o entendimento que libera aos artistas a participação em eventos de arrecadação de recursos de campanha.

O julgamento havia sido interrompido nesta quarta-feira (6) após os votos contra o showmício dos ministros Dias Toffoli (relator), Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes. Nesta quinta seguiram a mesma linha Edson Fachin, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski.

Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia votaram pela liberação. Para a maioria dos integrantes da corte, showmício é ato de propaganda eleitoral, em que o candidato se apresenta ao lado de artistas e outros políticos que o apoiam para a exposição de ideias e convencimento de eleitores. Nesse caso, a apresentação de um cantor, por exemplo, pode ou não ser remunerada.

O evento de arrecadação de recursos, por sua vez, avaliaram os ministros, enquadra-se na modalidade de doação de campanha. Ou seja, um cantor é um eleitor e, com sua manifestação artística e cultural, pode ajudar no financiamento de um projeto político. Nesse caso, um cantor oferece, por exemplo, um show sem discursos políticos no qual o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos vai para o financiamento da campanha. No caso do showmício, não há cobrança, o que é visto como propaganda eleitoral.

O debate foi suscitado por uma ação ajuizada em 2018 por PSB, PSOL e PT, que questionaram lei de 2006 que vetou “a realização de showmício” e a apresentação, “remunerada ou não”, de artistas para animar comícios e reuniões eleitorais. 

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