sábado, 23 novembro 2024

Trump e Obama travam batalha de visões

Nos últimos esforços para converter votos nas disputadas eleições americanas hoje, o presidente Donald Trump e seu antecessor, Barack Obama, subiram em palanques pelo país e venderam duas visões diferentes de Estados Unidos.

Os campos de batalha escolhidos pelo republicano neste fim de semana foram Montana, Flórida, Geórgia e Tennessee, onde destacou a economia “crescente” e voltou a falar sobre imigração ilegal, um dos temas recorrentes nos comícios dos quais participa.

Obama também esteve na Flórida e na Geórgia, e passou por Indiana e Illinois. Ele usou suas falas para criticar os esforços republicanos para revogar o Obamacare, sistema que busca ampliar o acesso à saúde.

Ele lamentou ainda a retórica do medo usada por Trump contra a caravana de migrantes que se dirige aos EUA e insinuou que o presidente e líderes republicanos no Congresso eram corruptos.

Em Montana, Trump foi apoiar alguns candidatos, especialmente Matt Rosendale, que disputa um assento no Senado com o democrata Jon Tester.

No estado, o presidente teve 20 pontos de vantagem sobre a rival Hillary Clinton nas eleições de 2016. Lá, porém, Tester está ligeiramente à frente de Rosendale na disputa.

No discurso, Trump falou apenas brevemente sobre a força da economia americana e preferiu se dedicar à imigração ilegal.
O tema tem sido recorrente em suas declarações -especialmente em um momento em que caravanas de migrantes da América Central se deslocam pelo México em direção aos EUA.

“Os democratas querem convidar caravana atrás de caravana”, afirmou o republicano, sem citar provas. Foi a mesma frase que usou no comício que fez em Indiana na última sexta-feira.

O presidente já autorizou o envio de 5.200 soldados à fronteira com o México para tentar bloquear a entrada dos 4.000 migrantes. Ele criticou El Salvador e Honduras por permitir que os migrantes atravessem as fronteiras, e reiterou que estava cortando ajuda financeira a esses países.

O republicano falou sobre a aplicação de medidas de segurança na fronteira, incluindo a instalação de arame farpado.
“Arame farpado usado propriamente pode ser uma visão linda”, afirmou, para risos do público.

Ele acusou os imigrantes ilegais de terem implementado a pior “campanha de tráfico humano da história”, ao dizer: “você pensaria que tinha acabado 300 anos atrás.” No período em questão, escravos africanos eram traficados para as Américas do Norte e do Sul.

Já Obama focou seus esforços em atrair votos de minorias negras em Indiana e em Chicago. Ele respondeu à retórica de Trump sobre os grupos de migrantes e a comparou com as declarações republicanas que tentavam gerar medo do vírus ebola antes das eleições legislativas de 2014.

Insatisfação com Trump impulsiona recorde de candidatas ao Congresso 
As mulheres bateram recordes nas eleições legislativas americanas deste ano e se tornaram uma das esperanças dos democratas para conquistar a maioria na Câmara dos Deputados -no Senado, a tarefa é mais complicada.

Marcadas para hoje, as midterms, como são conhecidas as eleições que ocorrem na metade do mandato presidencial nos EUA, tiveram neste ano dois marcos importantes.

É o pleito com maior número de inscritas para disputar uma vaga na Câmara (476, ante 298 em 2012) e no Senado (53, contra 40 em 2016). Dessas pré-candidatas, 256 venceram as primárias dos seus partidos -234 para a Câmara e 22 ao Senado, outro recorde.

Caso eleitas, 2018 caminha para ser o novo “Ano das Mulheres”, epíteto associado a 1992, quando 28 candidatas saíram vitoriosas, recorde que nunca foi quebrado.

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