O governador de São Paulo João Doria (PSDB) disse nesta quinta-feira (3) em entrevista à imprensa que a imunização da população do Estado contra a Covid-19 começará em janeiro e deve ser completada até fevereiro.
O governo, no entanto, não apresentou um plano de como será a vacinação no início de 2021 – o governador disse que haverá a divulgação de um cronograma na próxima segunda-feira (7).
Até o momento, nenhuma vacina possui autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso na população brasileira.
Doria disse ainda estar “indignado” com o plano de vacinação divulgado pelo governo federal na última terça (1º), com início da vacinação previsto somente em março.
“Se o Ministério da Saúde tiver juízo, competência e visão de que a vacina deve ser para todos os brasileiros, poderá oferecer também para imunizar a população brasileira de SP e de outros Estados do país”.
O Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Butantan, possui acordo para importação e produção no país da vacina CoronaVac, produzida pela empresa chinesa Sinovac.
A chegada de matéria-prima suficiente para a produção de 1 milhão de doses na manhã desta quinta (leia ao lado) se soma às 120 mil doses que já embarcaram no País em novembro.
“Com mais este lote de vacinas já temos no Instituto Butantan 1,12 milhão de doses. Até a primeira quinzena de janeiro, teremos 46 milhões de doses disponíveis para a população de brasileiros do Estado de São Paulo”, afirmou o governador.
“Eu indago se os membros do governo federal que vivem na capital do país não enxergam, não leem e não sabem que existem mais de 600 brasileiros que morrem todos os dias. É surpreendente essa indiferença, essa falta de compaixão com os brasileiros. Por quê iniciar uma imunização em março se podemos fazer já em janeiro? Vamos perder mais 60 mil vidas? Vamos deixar que mais 60 mil brasileiros morram para daí iniciar a imunização?”, questionou Doria.
O governador completou dizendo que vem “cumprindo a missão de disponibilizar a vacina para salvar vidas no menor tempo possível” e que deve ser divulgado um cronograma de vacinação no Estado na segunda (7).
RESULTADOS
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que o instituto deve apresentar até o dia 15 os resultados da fase 3 (última) do imunizante, testado em mais de 16 centros no País. Se eles forem aprovados pelos órgãos de controle, a imunização já terá início com a vacina disponível. “É preciso ter um programa de vacinação que disponibilize essas vacinas muito rapidamente, sejam elas 46 milhões, sejam 110 milhões [da vacina de Oxford]. Temos que usar essas vacinas em dois, três meses, o mais rapidamente possível. Não podemos nos guiar pelos procedimentos habituais de produção de uma vacina”, afirmou.
Covas disse, no entanto, que os procedimentos rigorosos de eficácia e segurança estão sendo acompanhados e que a vacina será disponibilizada rapidamente cumprindo esses critérios.
Governador divulga chegada de novo lote de CoronaVac, chamada de ‘vacina do Brasil’
O governador João Doria (PSDB) recebeu no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), no início da manhã de ontem, mais um lote de insumos para a produção da CoronaVac.
A vacina, adquirida pelo governo paulista, é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. “Esses insumos serão suficientes para produção de um milhão de doses da vacina”, disse Doria em vídeo postado nas redes sociais às 5h28.
Ele estava ao lado do secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, e de Dimas Covas, diretor do Butantan. Além do vídeo, Doria divulgou fotos em que aparece segurando embalagens da vacina, ao lado de Gorinchteyn e Covas.
Nas imagens aparece uma faixa com a bandeira brasileira e a frase “A vacina do Brasil”. “Sentimento de esperança na luta pela vida”, ele disse.
Em 19 de novembro, Doria também esteve no aeroporto de Cumbica para receber um lote com 120 mil doses prontas da vacina. No entanto, elas só serão usadas quando o imunizante for aprovado e registrado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A droga encontra-se na fase 3 de teste (a última antes da autorização).
Com a chegada de mais insumos nesta quinta-feira, o envase e rotulagem das doses da CoronaVac pelo Instituto Butantan deve ter início na próxima segunda-feira (7), segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas.
Não há, ainda, uma vacina contra a Covid-19 aprovada para uso na população.